24/08/2021
“Em 27 de maio de 1933, começou a circular em
São Paulo o jornal antifascista O Homem Livre. A iniciativa de um grupo de
intelectuais trotskistas, comunistas e anarquistas visava combater o fascismo
que ganhava corpo no Brasil.”
Com a
informação acima, o Consultor em Comunicação e Marketing Sindical e Político, Jornalista
João Andrade, iniciou a primeira exposição do último dia, do primeiro Módulo do
Curso de Formação Político-sindical, aplicado aos dirigentes da Região Sudeste.
A segunda palestra foi ministrada pelo Professor e Sociólogo, Erledes Elias da
Silveira, Coordenador Executivo da Secretaria de Organização e Formação
Político-sindical, da União Geral dos Trabalhadores (UGT) que, em parceria com
o Instituto Solidarity Center (AFL-CIO), tem realizado inúmeros cursos e
seminários, reforçando a importância do Conhecimento como ferramenta essencial à
luta dos trabalhadores/as, em defesa dos direitos e por uma vida digna.
O tema “Como
usar as Ferramentas da Comunicação e os Conteúdos, de forma a Atender os Objetivos
Políticos e Organizativos dos Trabalhador/as”, ministrado pelo jornalista João
Andrade, teve como moderadora a Jornalista Suely Torres. O tema da segunda
palestra/aula “Planejar para Organizar: A Importância do Planejamento
Estratégico das Ações Político-sindicais e Sociais”, foi exposto pelo professor
Erledes Elias da Silveira e teve como moderadoras a professora Luciana
Nascimento e Ana Paula, assessora de comunicação e marketing.
Em uma
conjuntura de grave crise política, econômica, social e sanitária como a que
estamos enfrentando; com um governo e um Congresso Nacional, onde a maioria apoia
as atrocidades do presidente, é imperativo que o Movimento Sindical responda a
seguinte questão: “A COMUNICAÇÃO que estamos promovendo, dialoga com toda essa
CONJUNTURA?”, indagou o jornalista João Andrade.
Estamos vivendo
um período de incertezas, onde o governo Bolsonaro tem promovido,
constantemente, condutas e práticas antisindicais; a precarização das relações
de trabalho; a desindustrialização; o desemprego; a volta da carestia de vida;
a destruição do meio ambiente; uma política negacionista de combate à Pandemia;
o fundamentalismo religioso; o machismo; a misoginia; o racismo; a xenofobia; a
homofobia e a transfobia; entre outras políticas que disseminam o ódio, o
individualismo, o combate às ações coletivas e solidárias.
Portanto, mais
do que nunca, a Comunicação Sindical tem relevância estratégica na luta dos
trabalhadores/as na atualidade. E, além de informar sobre questões dos interesses
imediatos da categoria, como as Campanhas
Salariais, deve se colocar para disputar
a opinião popular sobre temas relevantes para a classe trabalhadora, como a
importância de tomar as duas doses da vacina e usar máscaras para se proteger
da Covid 19; formar a consciência de classe, começando por esclarecer que todos
nós, trabalhadores e trabalhadoras, estamos no mesmo barco, citando as
consequências da Reforma Administrativa, que irá atingir não apenas os
servidores públicos, mas toda a população, pois, acabará com o papel social do
Estado e colocará as políticas sociais nas mãos da iniciativa privada, entre
outros ataques aos direitos da sociedade.
É fundamental
que a Comunicação Sindical fortaleça o “lado” dos trabalhadores e trabalhadoras
na disputa hegemônica e, para isso, é urgente debater questões como “Quais as consequências
de mais um mandato de Bolsonaro para a classe trabalhadora brasileira?” É preciso
que todos e todas entendam que participar da vida política do país, particularmente
dos processos eleitorais, com candidaturas de trabalhadores/as, de sindicalistas
e democratas comprometidos com os interesses do Brasil, é vital para o nosso futuro
e dos nossos filhos.
A Comunicação
Sindical conta com espaços, ferramentas e plataformas como impressos;
audiovisual; amplificadores; reuniões; rodas de conversa; mídias eletrônicas;
plataformas digitais; aplicativos, entre outros. Ou seja, a Comunicação Sindical
se dá em diversos espaços, se utiliza de muitas ferramentas e está presente em
quase todas as plataformas digitais, em maior ou menor nível de expressão.
Portanto, entender a Comunicação como política estratégica para o
fortalecimento do sindicato junto as bases dos trabalhadores/as, é uma
importante alternativa. E é por isso que deve contar com investimentos condizentes
com o seu papel estratégico.
Planejar para Organizar é uma Questão
Estratégica
O professor
Erledes Elias da Silveira, iniciou a exposição do tema “Planejar para Organizar:
A importância do Planejamento Estratégico das Ações Políticas, Sindicais e
Sociais”, chamando a atenção para refletirmos sobre o que foi apresentado durante
os três dias do Curso: O Mundo do Trabalho; Relações Capital X Trabalho; Tempos
de Pandemia; Novas Tecnologias; Organização Sindical e Negociação Coletiva na
Atualidade; Diagnóstico da Atual Crise Sindical, Política, Econômica, Social e
Sanitária, com apresentação de vários gráficos; A Luta Sindical no Contexto
Nacional e Internacional. Portanto, com quais Objetivos apresentamos todos
esses temas? Pergunta o professor.
Os objetivos são
vários, com destaque para questões como: Discutir métodos para uma campanha de
sindicalização eficaz e eficiente; Refletir sobre questões importantes para a
definição de ações frente a nova realidade sindical; Refletir sobre a
importância do sindicato de planejar suas ações político-sindicais e sociai; Discutir
as linhas básicas do Planejamento Estratégico para a gestão sindical; Diagnosticar
a situação em que se encontra o Movimento Sindical; Definir as ações
político-sindicais e sociais; e Apontar caminhos para colocar em prática essas
ações para o fortalecimento da luta dos
trabalhadores.
Sem Planejamento
tático e estratégico fica difícil fortalecer o sindicato, fazer boas campanhas
de sindicalização, e obter vitórias significativas. Os objetivos do
Planejamento Estratégico é Discutir e elaborar cenários para a atuação da
Entidade; Identificar as oportunidades e as ameaças para o desenvolvimento da
Entidade; Definir a missão e criar uma visão de futuro; Definir as linhas de
ação e traçar os planos de execução das ações; Fortalecer a cultura do
Planejamento Estratégico participativo como instrumento de gestão.
Tem uma passagem
do livro “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carrol, muito interessante, sobre o qual devemos
refletir quando traçamos o Planejamento Estratégico: “Pode dizer-me que caminho
devo tomar? Pergunta Alice a um gato, ao se deparar com uma encruzilhada em seu
caminho. Isto depende do lugar para onde você quer ir, respondeu com muito
propósito o gato. Não tenho destino certo, diz Alice. Então, neste caso
qualquer caminho serve, alerta o gato.” Ou seja, para executar a estratégia sindical
é essencial saber onde se quer chegar e quais os objetivos se pretende alcançar.
O professor aponta
alguns benefícios do Planejamento Estratégico para os sindicatos: Agiliza as decisões;
Melhora a Comunicação; Aumenta a capacidade gerencial para tomar decisões; Promove
uma consciência coletiva; Proporciona uma visão de conjunto; Maior delegação; Direção
única para todos; Orienta programas de qualidade; Melhora o relacionamento da
organização com seu ambiente interno e externo. O Planejamento Estratégico de
uma entidade de classe de luta, propõe ações em quatro grandes pilares: Político,
Social, Econômico, Institucional.
No final da palestra do professor Erledes da Silveira, o presidente nacional da UGT, Ricardo Patah e o Secretário de Organização e Formação Político-sindical, Chiquinho Pereira agradeceram ao Solidarity Center, nas pessoas de Alexis De Simone e Gustavo Garcia, pela parceria, a qual tem proporcionado importantes avanços nas sindicalizações e, consequentemente, no fortalecimento dos sindicatos na luta contra os ataques do governo neoliberal e cruel de Bolsonaro. A professora Luciana informou que o Curso terá continuação, na primeira quinzena do mês de setembro, com a aplicação do 2º Módulo. Informou ainda que, em breve, será lançada a Plataforma Digital, com todas as aulas e demais informações sobre o Projeto.
UGT - União Geral dos Trabalhadores