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Ministro da Educação discrimina pessoas com deficiência e derruba mito do “ministério técnico”


18/08/2021

Miguel Salaberry Filho é Presidente do Sindicato dos Empregados em Clubes e Federações Esportivas do Rio Grande do Sul e Secretário Nacional da União Geral dos Trabalhadores (UGT)










Em entrevista à TV Brasil (09/08), Milton Ribeiro disse que crianças com deficiência 'atrapalhavam, entre aspas' o aprendizado de outros alunos.


Em 2018, quando sustentava a imagem de candidato diferente e inimigo do sistema, uma das principais bandeiras do presidente Jair Bolsonaro era de que o ministério teria um perfil técnico, sem conchavos políticos. Tal promessa beira o impossível, pois governar é dividir o poder, como prova a presença do senador Ciro Nogueira como ministro-chefe da Casa Civil, enquanto representante do Centrão, aquele grupo de parlamentares que vota conforme a conveniência, mas que compõe a mais importante base de apoio do governo. Todavia, em pouco mais de dois anos, esse perfil tem sido alterado, como o infeliz exemplo do ministro Milton Ribeiro, da Educação, que disse que, no chamado 'inclusivismo', crianças com deficiência 'atrapalhavam, entre aspas' o aprendizado de outros alunos.


No transcurso do tempo, o mito de um governo técnico foi perdendo a forma. Milton Ribeiro é um pastor presbiteriano, teólogo, advogado e professor. Desde julho de 2020 é ministro da Educação do Brasil. Recentemente, foi alvo de críticas ao ter dito que “universidades deveriam ser para poucos” e quando afirmou em entrevista à TV Brasil (09/08) que crianças com deficiência “atrapalhariam” o aprendizado das outras.


O senador Romário (PL-RJ), pai de uma adolescente com síndrome de Down e que tem na inclusão uma de suas principais bandeiras, ficou irritado com os comentários sobre alunos com deficiência feitos pelo ministro em uma entrevista. Ivy Faria, de 16 anos, divulgou uma carta aberta nas redes sociais. Na mensagem, direcionada ao ministro da Educação, a adolescente diz estar "muito triste" com o ministro. Ela explicou que frequenta uma escola regular e que "não atrapalha ninguém".  Continua depois da publicidade


 


AVESSO DA NORMALIDADE


Lembrando a advogada, pastora evangélica e ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, pródiga em frases polêmicas (“Ninguém nasce gay”), durante uma pregação intitulada "A Vara da Disciplina", proferida por Ribeiro em uma igreja Presbiteriana, em abril de 2016, ele defendeu o castigo físico para a educação de uma criança. Conforme disse, "essa ideia que muitos têm de que a criança é inocente é relativa", que um bom resultado "não vai ser obtido por meios justos e métodos suaves" e que as crianças "devem sentir dor".


A exposição de uma visão anormal, como no caso das crianças com deficiência, pode ter motivado o senador Romário a dizer que “o ministro da Educação faltou a muitas aulas, deixando a imbecilidade tomar o lugar da inteligência e da humanidade”.Continua depois da publicidade


 


Igual percepção acompanhou o raciocínio de Ivy Faria: "A minha presença e a de outras pessoas com deficiência não é ruim, muito pelo contrário, desde a escola, meus coleguinhas aprendem uma lição que parece que o Sr. não teve a oportunidade de aprender: a diversidade faz parte da natureza humana e isso é uma riqueza. A fala do senhor revela muita falta de educação. Como pode achar que a deficiência torna alguém incapaz de estudar? A deficiência não nos torna incapaz de nada, basta que tenhamos oportunidade".


VALOR DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA


A chamada Educação Inclusiva é aquele processo de ensino que considera uma diversidade de alunos com diferentes origens, habilidades e necessidades, aprendendo lado a lado, na mesma sala de aula. Valorização das diferenças, respeitando as faixas etárias, de modo a criar um ambiente educacional que priorize o respeito, aceitação e a solidariedade entre os educandos. Dessa forma, estudantes com ou sem deficiências podem interagir entre si, participar das aulas e cada um contribuir de forma única para o enriquecimento do aprendizado de todos.Continua depois da publicidade


 


Já a Educação Especial é a área da educação especializada no atendimento e ensino de pessoas com algum tipo de deficiência, podendo ser alunos com deficiência visual, auditiva, mental, física ou múltipla. A educação especial se dá em ambientes específicos, separados de classes convencionais ou comuns, com professores especializados no atendimento a deficientes. Na Educação Inclusiva, não existe separação entre os estudantes: todos, sejam deficientes ou sem deficiência, aprendem juntos, num ambiente comum de sala de aula.


— É um ganha-ganha. A experiência com a minha princesa e linda filha Ivy me permitiu, graças a Papai do Céu, testemunhar essa fantástica evolução na dinâmica da sua escola. Como seus colegas a admiram, a acolhem e a respeitam! E como toda a sala dela evoluiu, cada um no seu ritmo individual de aprendizagem, mas compartilhando da mesma experiência humana e pedagógica — explica o senador Romário Faria.



Fonte: https://seuexpediente.com.br/




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