17/08/2021
O 1º Módulo do Curso de Formação Político-sindical da União
Geral dos Trabalhadores (UGT), em parceria com o Instituto Solidarity Center
(AFL-CIO), para dirigentes sindicais da Região Sudeste, teve início na
segunda-feira (16/08). Realizado através da Secretaria de Organização e
Formação Político-sindical, o Curso abordou, em seu primeiro dia, o tema “A
Crise Política, Econômica, Sanitária e Social no Brasil. Quais as ações dos
sindicatos?”
Tendo como palestrante o Professor Doutor Dari Krein, do
CESIT/UNICAMP, e como moderador, Chiquinho Pereira, Presidente do Sindicato dos
Padeiros de São Paulo e Secretário de Organização e Formação Político-sindical
da UGT nacional, os mais de 100 sindicalistas participantes tiveram a
oportunidade de conhecer e debater as mais variadas propostas do atual governo,
as quais têm como objetivo ampliar, ainda mais, os interesses das grandes
empresas, do mercado e do sistema financeiro, o que tem causado grandes
prejuízos à vida dos trabalhadores e da maioria da população.
Na opinião de Ricardo Patah, presidente da UGT, o cenário
nacional é de extrema gravidade, pois, além do desmonte do Estado enquanto
provedor de políticas públicas sociais, dos ataques aos direitos trabalhistas e
das constantes ameaças à democracia, o governo Bolsonaro insiste em negar a
pandemia, o que já levou quase 600 mil brasileiros à morte. Neste sentido, é
fundamental que os sindicatos se sensibilizem, organizem os trabalhadores nas
suas bases para debater, com maior profundidade, a grave situação do país e
formular a luta política necessária para sairmos dessa situação.
Patah ressaltou que a UGT, com a parceria do Solidarity Center,
tem realizado, há mais de três anos, inúmeros Projetos de Seminários e Cursos
de Formação para dirigentes e trabalhadores de todo Brasil. Gustavo Garcia,
Oficial de Programa do Solidarity Center para o Brasil e América Latina, disse
que a parceria com a UGT tem sido vitoriosa em seu objetivo de contribuir para
o fortalecimento dos sindicatos em suas bases, ampliar o número de filiados e
reforçar as lutas das trabalhadoras e trabalhadores brasileiros, por uma vida
digna.
A
existência de uma situação desfavorável ao trabalho!
Em sua palestra, o professor Dari
Krein, aponta que a política neoliberal e as ideias conservadoras do Governo
Bolsonaro, aliada a uma economia política em dificuldades, a globalização
financeira, as mudanças tecnológicas, a mundialização do capital e a
fragilização dos estados nacionais tem nos levado a uma crise estrutural e,
consequentemente, a uma situação desfavorável ao trabalho.
Com 14,4% da população
desempregada, 32,6 milhões de trabalhadores na informalidade ou subutilizados,
7 milhões de desalentados (pessoas que deixaram de procurar trabalho) e cerca
de 15% da população vivendo na mais absoluta insegurança alimentar, o governo
apresenta soluções absurdas: uma economia regulada pelo mercado; joga, nas
costas das pessoas, a responsabilidade de estarem desempregadas; incentiva
o “empreendedorismo” e a
“empregabilidade”; executa “Reformas Trabalhistas” que retiram direitos e
fragilizam as relações de trabalho; acaba com o sistema de proteção social;
apresenta como saída ao desemprego e à situação de miserabilidade o auxílio
emergencial aos mais pobres, sem trabalho; e promove a exclusão dos sindicatos
da vida democrática do país.
Portanto, o cenário aponta para a
necessidade das entidades sindicais ampliarem suas políticas de atuação,
envolvendo, cada vez mais, os trabalhadores na vida sindical e política, pois,
só desta forma será possível encontrar saídas coletivas, e derrotar os inúmeros
Projetos de Leis que estão no Congresso Nacional, nocivos aos trabalhadores e
ao povo. Caso contrário, vamos amargar dificuldades imensuráveis.
Em sua intervenção, Chiquinho
Pereira, reforçou a opinião do professor Dari, quando ele disse ser essencial o
envolvimento dos sindicatos e dos trabalhadores, em conjunto com a sociedade,
nas lutas em defesa das proteções sociais; dos “Trabalhos socialmente
relevantes para todas as pessoas”: atividades sociais, ambientais, culturais,
lazer, esporte, etc.; Redução da jornada; Renda básica cidadã; Combate de todas
as formas de discriminação; Fortalecimento das instituições públicas; Defesa da
representação coletiva dos trabalhadores.
“Porém, é fundamental que os
trabalhadores entendam que é a política e a economia que determinam os rumos
das nossas vidas. É preciso conscientizá-los da importância de participar da
vida política do país, principalmente nos processos eleitorais, incentivando
candidaturas de trabalhadores e trabalhadoras, de democratas e de setores da
sociedade comprometidos com o desenvolvimento sustentável, com o emprego, com o
papel social do Estado, com a democracia e com a vida.” Finalizou Chiquinho
Pereira.
Professor Dari Klein, do CESIT/Unicamp
Chiquinho, presidente do Sindicato dos Padeiros de São Paulo e secretário
nacional de Organização e Políticas Sindicais da União Geral dos Trabalhadores (UGT)
Suely Torres
UGT - União Geral dos Trabalhadores