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Máscaras de tecido fornecidas pela Prefeitura são ineficientes


02/06/2021

Avaliação técnica demonstra que máscaras distribuídas para os trabalhadores da educação têm apenas 59,7% de eficácia, enquanto dos alunos têm apenas 48,1%

 

As máscaras de tecido disponibilizadas pela Prefeitura de Curitiba para alunos e trabalhadores da educação são ineficazes. De acordo com a avaliação realizada pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), da Universidade de São Paulo (USP), as máscaras enviadas pelos sindicatos para avaliação têm eficácia inferior aos parâmetros de segurança estabelecidos no Brasil.

 

O SISMUC e o SISMMAC coletaram amostras das máscaras distribuídas, tanto para o uso dos trabalhadores da educação quanto para os estudantes, para serem analisadas pelo IPT. E o resultado é desastroso. No caso das máscaras distribuídas para os trabalhadores, a eficiência de filtragem de partículas é de apenas de 59,7%. Já as máscaras distribuídas para os estudantes têm uma eficiência de filtragem das partículas ainda menor: apenas 48,1%.

 

De acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a eficiência de filtragem das partículas de máscaras de tecido deve ser igual ou maior que 70%.

 

Ou seja, a Prefeitura não só vai contra as normas necessárias para o combate à Covid-19, como coloca em risco a vida dos trabalhadores da educação e das nossas crianças. Os sindicatos exigem que essa situação seja resolvida o quanto antes e que a gestão Greca realize a troca das máscaras de tecido por máscaras PFF2. Um ofício já foi enviado à administração.

 

Veja na tabela abaixo o resultado apresentado pelas máscaras distribuídas pela Prefeitura de Curitiba.

 

Máscaras de uso profissional, entenda a importância.

As máscaras de tecido, conhecidas como máscaras de uso não profissional, devem ser substituídas o quanto antes para todas as categorias. Em 2020, quando as máscaras de uso profissional (PFF2 ou descartáveis de tripla camada) eram escassas e existia risco de faltar para os profissionais da saúde, a recomendação por máscaras de tecido para a população em geral era nossa melhor saída.

 

Porém, para o funcionalismo e profissionais terceirizados que trabalham no serviço público, as máscaras de uso profissional já eram necessárias. Afinal de contas, o contato com a população nunca deixou de existir e os ambientes em que são realizados o trabalho não têm condições adequadas para garantir a circulação de ar.

 

Infelizmente, a Prefeitura de Curitiba nega a ciência e não atualiza os protocolos necessários para garantir a vida dos trabalhadores. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), agência de saúde pública dos Estados Unidos, junto com cientistas do mundo todo, reconheceram que a principal forma de transmissão da Covid-19 é através de gotículas de saliva e os aerossóis – partículas ainda menores que podem permanecer no ar por mais tempo e alcançar longas distâncias.

 

Por isso, além dos cuidados com a higienização dos ambientes e dos objetos, é necessário manter o distanciamento social e utilizar máscaras que filtrem uma grande quantidade de partículas, como é o caso da PFF2, que tem eficiência mínima de 94%.

 

No caso do retorno presencial das aulas, os trabalhadores da educação estarão expostos, por longos períodos, a condições em que existe maior transmissão do coronavírus, já que as unidades escolares não possuem ventilação adequada. As janelas em algumas unidades, além de serem basculantes, nem sequer abrem, e o número de crianças dentro de sala, mesmo que reduzido pela metade, é muito alto.

 

Isso sem falar dos espaços de coletividade dos trabalhadores: a sala dos professores, os banheiros, o local do café. Todos são muito pequenos, sem ventilação e com várias pessoas utilizando o mesmo ambiente de forma simultânea.

 

Volta às aulas presenciais só com vacina e condições adequadas!

 

O atraso dos governos em relação aos protocolos contra a Covid-19 fica ainda mais claros quando olhamos para a volta às aulas presenciais. No Paraná, mesmo com mais de 300 pessoas aguardando leitos de UTI, o governo Ratinho resolveu dar prosseguimento ao retorno presencial com a reabertura de 627 escolas nesta segunda-feira (24).

 

Desde o dia 10 de maio, quando o retorno híbrido teve início em 200 escolas da rede estadual, foram registrados ao menos 95 casos de infecção por Covid-19 entre professores, alunos e demais trabalhadores da educação. Por causa das contaminações, houve 15 turmas com atividades suspensas e quatro colégios fechados ao longo das duas semanas.

 

De acordo com o site Farol Covid, dos 399 municípios do Paraná, apenas seis deles apresentam perigo alto. Todas as outras cidades estão em alerta altíssimo e é nesse cenário que Ratinho Junior e Renato Feder querem reabrir as escolas e colocar em risco a vida de professores, estudantes e demais trabalhadores da educação, alimentação e limpeza. Até agora, apenas 20 municípios suspenderam o retorno presencial das aulas.

 

Isso sem contar da rede privada, que já está liberada para retornar em todo o Paraná desde o dia 5 de abril.

 

Até agora o governo do estado vacinou apenas 6% dos profissionais da educação, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato). E, com o sistema de saúde em colapso, é necessário suspender o retorno presencial das aulas e ampliar as medidas econômicas para garantia do isolamento social.

 

Em Curitiba, seguimos firmes na campanha para que as aulas presenciais retornem apenas com a vacinação massiva para todos os trabalhadores da educação, da primeira e da segunda dose, e também para que as unidades escolares tenham condições adequadas para o retorno presencial das aulas.

 

Imprensa Sismuc




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