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Mais água para melhor qualidade de vida


22/03/2012

22//03/2012

No dia 22 de março é comemorado o Dia Mundial da Água, porém se olharmos como é tratado o líquido indispensável à vida, pouco teremos que comemorar, mas muito a fazer para garantir que até 2015, prazo estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), possam ser atingidos os Objetivos do Milênio (ODMs). Entre essas metas está a sustentabilidade ambiental e social, bandeira defendida pela União Geral dos Trabalhadores (UGT).

Por enquanto sabemos que os resultados estão longe do esperado. Esgoto a céu aberto, desperdício de água, doenças geradas pelo mau uso hídrico, ainda são parte do cenário mundial. Muitas são as alternativas apresentadas, mas os investimentos ainda são ínfimos ao se considerar a urgência da situação.

A água é um bem universal e é indispensável á vida humana e a vida no planeta. Hoje em dia se fala em Direito Internacional da Água, em Instrumentos Jurídicos da Água, em Mercados Internacionais da Água, Preços da Água. Uma crescente preocupação das nações que vem sendo motivo de conflitos e de interesses e que a humanidade tem que tomar cuidado para que esta discussão não provoque mais exclusão e pobreza do que as que já vivemos", alerta Cristina Palmieri, do Comitê de Sustentabilidade da UGT.

O aquecimento global piora o acesso aos recursos naturais, resultando em mortes ou aumento de gastos na área da saúde É preciso investir em sustentabilidade para criar novas formas e práticas de produção e consumo. Pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que 1,2 bilhão de pessoas sofrem com a escassez de água. 2,6 bilhões não dispõem de coleta de esgoto adequada. 8 milhões não têm sequer banheiro em suas residências. E, segundo dados do IBGE, no Brasil 30% apenas das residências possuem sistemas de tratamentos de resíduos.

Ainda a OMS revela que 6% de todas as doenças são causadas por consumo de água inadequada. São 2 milhões de pessoas que morrem por ano vitimas de diarréia, sendo que 1,5 milhões são crianças com menos de 5 anos. A segunda principal causa da mortalidade infantil, perdendo para pneumonia.

A falta de conscientização ambiental também se reflete nas empresas. O índice de desperdícios das indústrias brasileiras chega a 39%, enquanto Europa e EUA ficam na casa dos 10% e 15% respectivamente. No Japão, o indicador é de 4%. No Norte do Brasil as perdas chegam a mais de 60%. e quando juntam dados do Nordeste sobe para 85%. Fato que se deve a vazamentos ou mau gerenciamento. No caso do Japão, referência em desenvolvimento, o governo gastará 200 bilhões de dólares na reconstrução do país após o desastre deste ano.

O novo Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) que discute as diretrizes do setor entre 2012 e 2015, deve sair até o final deste ano no Brasil. Para atender as regiões metropolitanas até R$ 2015 são necessários R$ 11,2 bilhões.

Muito se discute sobre a cobrança de água estabelecida pela Lei das Águas, em 1997. A receita recolhida pela Agência Nacional de Águas (ANA) e distribuída aos comitês de bacia somou R$ 53,03 milhões, mas ainda assim é insuficiente.
Além de mais verba para o setor, devem-se buscar soluções como o reúso de água, captação de chuvas, universalização da rede de esgotos, reeducação ambiental para mudanças dos hábitos cotidianos, equipamentos residenciais para economia de água.

"Precisamos adotar um modo de vida mais sustentável, mais responsável e mais comprometido com as futuras gerações. A ciência e a tecnologia irão nos ajudar a conviver com a escassez e à perda da qualidade da água potável mesmo assim, para minimizarmos os impactos a sociedade e os governos terão que unir esforços em prol do desenvolvimento sustentável, da vida e do planeta como o conhecemos", completa Cristina Palmieri.

Brasil

O Brasil apresenta 10% de água doce encontrada no planeta. A região do Amazonas é o lugar melhor provido de água, enquanto sudeste e nordeste brasileiros apresentam escassez. De todos os municípios brasileiros, mais da metade (55%) poderá ter problemas no abastecimento de água até 2015. É o que mostra um estudo feito pela ANA, que avaliou a oferta e o crescimento de demanda de água em todas as 5.565 cidades do País. Esses municípios representam mais de 70% do consumo de água.

No Brasil, pouco mais de 48% da população dispõe de coleta de esgoto. Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas, se o Brasil continuar neste ritmo de expansão, levará cerca de 50 anos para atingir as metas do Milênio. Segundo o estudo Trata Brasil , entre 1995 e 2002 , os investimentos em saneamento chegaram a uma média anual de R$ 6 bilhões, enquanto entre 2003 e 2009 ficaram em R$ 5,4 bilhões por ano, o que justifica a demora em atender a demanda universal pelos serviços de água. Apenas em 2060 a rede coletora conseguiria atingir todos os brasileiros. A estimativa é de um investimento de R$ 250 bilhões para dar fim a esgotos a céu aberto.

No país, o menor índice de perdas está na distribuição da Sabesp, referência nacional e que atende 365 municípios do Estado de São Paulo, informa o jornal Valor Econômico. O indicador, segundo a fonte, está em 26% e a meta é chegar até o fim da década com 13%.

Empresas e estados têm procurado investir mais na rede de esgoto e melhorar as fontes hídricas. A meta da Sabesp é universalizar os serviços de água e esgoto até 2018 nos municípios atendidos.

Curiosidade:

Quantos litros de água são necessários para produzir:

9.750 l - um lençol tamanho solteiro
400.000 l - um carro
15.000 l - 1 kg de carne bovina
10 l - 1 litro de gasolina
135 l - um ovo
70 l - uma maçã
8.000 l - um par de sapatos de couro
2000 l - um copo de leite
40 l - 1 kg de aço
32 l - um microchip
170 l - um copo de suco de laranja
324 l - 1 kg de papel
1.900 l - 1 kg de arroz
1.650 l - 1 kg de soja
2.700 l - uma camisa de algodão
2.400 l - um hambúrguer
10.850 l - uma calça jeans

Mariana Veltri, da redação da UGT"


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