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A consciência da diversidade


20/11/2010

20/11/2010

Neste sábado, 20 de novembro, comemora-se o Dia da Consciência Negra. E a União Geral dos Trabalhadores (UGT) aproveita a data para lembrar a diversidade humana, assunto bastante levantado nas bandeiras de inclusão e igualdade de oportunidades.

No meio social ou em ambiente de trabalho convivemos com pessoas de diferentes religiões, culturas e condições
muitas são vitimas de preconceitos, não apenas racial. A diversidade é uma multipluralidade, algo plural que existe na sociedade brasileira. É censo comum querer falar da diversidade enquanto diferença, mas é importante salientar que a diversidade só pode ser vista a partir da desigualdade", explica Dagoberto José Fonseca, professor de Antropologia da UNESP (Universidade Estadual Paulista) de Araraquara.

Segundo uma pesquisa do Instituto Ethos e do Ibope Inteligência, divulgada na primeira semana de novembro, somente 25,6% dos gerentes das 500 maiores empresas brasileiras são negros, o que revela a baixa taxa de diversidade racial nas companhias nacionais.

É importante que desde a escola se tenha claro o entendimento sobre a diversidade do ponto de vista político. A instituição de ensino trabalha apenas o ângulo da diversidade enquanto diferença e não toca na desigualdade. Se fala muito em respeito ao outro, mas não se considera o básico: tem que estar próximo ao outro para poder respeitá-lo.

Dentro dessa concepção de respeito é fundamental que o outro precise estar próximo e, assim, estabelecer condição de igualdade. "A noção de respeito precisa ser aprofundada e tratada do ponto de vista político. Quando se diz Consciência Negra, não quer dizer que vem dos negros, mas brota da situação do racismo, que existe no Brasil e no mundo", argumenta o professor Dagoberto Fonseca. "O que é respeito na etnologia? res = rente / peito = peito : rente ao peito = rente ao coração".

Assim é com a luta pela inclusão social. Mulheres, homossexuais, pessoas com algum tipo deficiência física, afrodescendentes são partes integrantes e ativas na sociedade e sofrem muito preconceito em ambientes sociais e no mercado de trabalho.

É fundamental eliminar o preconceito, que ainda permanece grande nos ambientes de trabalho. De acordo com um estudo recente feito em São Paulo, 60% dos casos de racismo acontecem nos espaços profissionais. É necessário incorporar as pessoas, integrá-las no mercado para que possa sair da condição de desigualdade e estabelecer a igualdade, daí a importância em registrar que a consciência negra não é só escravidão e desigualdade.

Dagoberto Fonseca menciona que no mundo do trabalho, o movimento sindical, por muitos anos considerou que esta questão do racismo e desigualdade era tabu. O que vários sindicatos tem revisto é que o racismo tem que ser tocado e discutido e não dividir a pessoa. E a UGT levanta que a igualdade no mundo do trabalho deve ser colocada como essencial.

Como exemplo, o professor fala das funções dentro das carreiras. Algumas evoluem, outras não. Todos são trabalhadores, mas a questão racial aborda o machismo, a homofobia, todos dentro da mesma situação: a do preconceito.

Com relação à questão salarial: algumas pessoas recebem mais outras não. "Na hora do desemprego, a grande maioria é o negro. O mundo sindical precisa olhar para isso. São questões importantes, como a necessidade de fazer uma política pública na sociedade brasileira para que possa concluir o projeto na sociedade para que todos sejam republicanos", conclui.

Mariana Veltri, da redação da UGT

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