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Não poderia ser diferente. Ao dar as boas vindas aos participantes do 6º Congresso Interestadual, o presidente da FESEMPRE, Aldo Liberato, lembrou os percalços e desafios que teve de superar para tornar a Federação o que é hoje. Uma entidade sindical sólida, estruturada e com força política suficiente para sustentar projetos e posições de maneira totalmente independente.

Devo agradecer ao João Grilo, que teve a audácia de fundar, há 20 anos, esta que é hoje a maior federação de servidores públicos do Brasil em termos de sindicatos filiados", pronunciou primeiramente o presidente, que assumiu em 2004 uma entidade falida e com apenas oito sindicatos contribuintes.

Na época, a FESEMPRE funcionava em Passos, cidade do Sul de Minas. Mas, determinado e com visão empreendedora, Liberato acreditou que seria possível levar o sonho de melhores dias para o servidor público adiante.

"Como medida inicial transferimos a Federação para Belo Horizonte, sem que, para isso, descuidássemos da atuação pelo interior. No primeiro congresso que promovemos, não havia sequer 20 pessoas. Mas o salto quantitativo e qualitativo pôde ser mensurado já no segundo congresso, quando trouxemos mais de 100 dirigentes sindicais".

O salto interestadual

Com o crescimento vertiginoso e a constatação de problemas estruturais no movimento sindical dos servidores em Minas, o presidente ousou um pouco mais. Em suas palavras, era a hora de ampliar a luta:

"Os servidores estaduais de Minas não tinham uma federação que os representasse, e passamos então a acolhê-los. Em seguida, com nossa atuação na CSPB, pudemos diagnosticar muitos sindicatos desamparados, também sem uma organização federativa em seus estados. Foi então que nos tornamos interestaduais. Conscientes da imensidão do desafio, mas também de que alguém deveria correr os riscos e tentar".

Uma entidade sem donos

Liberato deixou claro que a FESEMPRE não tem dono. Ele agradeceu a cada um dos sindicalistas que fizeram e fazem a história da entidade. "Contamos com cada um de vocês, do contrário não teríamos promovido a criação de 20 regionais em nossa área de abrangência, para que se estabeleçam laços de cooperação entre os dirigentes de cada cidade".

Em seu pronunciamento, o presidente falou ainda da necessidade de se reforçar os laços de unidade entre os servidores públicos para fazer frente aos desafios do momento. Ele lembrou que o cenário político não é dos mais promissores. "Justamente por isto cada dirigente sindical aqui presente, que representa seguramente no mínimo mil pessoas, devem liderar os servidores de sua cidade, para que elejam políticos comprometidos com a causa do trabalhador. Somos apartidários e pedimos a todos vocês apenas o compromisso com o servidor público", finalizou."