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Ronildo Almeida: “Comerciários têm papel determinante na geração de riquezas e desenvolvimento do Estado”


16/02/2021

Comerciários. Em Sergipe, eles são muitos a mover uma das mais antigas e elementares atividades das relações humanas. Afinal, ninguém vive sem os tentáculos do comércio e os serviços que ele presta.

 

“No comércio, há uma estimativa de 85 mil companheiras e companheiros, mais 35 mil no segmento de serviços, estimando aí 120 mil trabalhadores e trabalhadoras”, prevê Ronildo Almeida, 62 anos, presidente da Fecomse - Federação dos Empregados no Comércio e Serviços do Estado de Sergipe.

 

Mas como vão esses trabalhadores do ponto de vista de ganhos salariais e bem-estar da atividade? Para Ronildo Almeida, eles não vão bem.

 

“Na questão salarial, o que ganha entendemos não ser compatível com a importância da categoria e da sua força produtiva na economia”, diz Ronildo.

 

E isso tem consequências graves sobre o universo desses 120 mil operadores das atividades do comércio sergipano.

 

“Os comerciários são trabalhadoras e trabalhadores que passam por extremas dificuldades, como todo brasileiro de baixa renda, e só não é pior graças ao trabalho e à luta desenvolvida pelas entidades sindicais e seus representados”, constata o presidente da Fecomse.

 

Para se ter uma noção do que isso significa, a média do piso salarial é de pouco mais de R$ 1.130. “A média salarial com as vantagens conquistadas nas negociações é de cerca de R$ 1.400 - ambos sem o reajuste de 2021”, diz Ronildo.

 

“É importante ressaltar que algumas conquistas são únicas de Sergipe, a exemplo do adicional de 6% de produtividade mensal sobre os salários - Sergipe é o único Estado do Brasil a ter esse direito”, diz.

 

É claro que muitos trabalhadores desse universo têm remunerações muitíssimo acima do piso, auferidas por comissões de vendas.

 

Ronildo Almeida considera que a representatividade do trabalhador do comércio de Sergipe ganhou mais densidade e significação quando o Sindicato dos Empregados do Comércio de Aracaju passou a ter abrangência sobre o Estado inteiro.

 

“Com a ampliação da entidade sindical e a criação da nossa Federação, consolidaram-se o projeto e a luta dos trabalhadores e trabalhadoras do comércio e serviços do Estado de Sergipe”, diz. Ele é também presidente deste Sindicato, mas cuida diretamente da Federação.

 

Nesta Entrevista, Ronildo Almeida vai falar dos embates com as entidade patronais para obter melhores condições para os comerciários, se queixará de que os serviços do Sistema S são caros e quase inacessíveis aos trabalhadores do comércio e promoverá uma censura grave ao modo como Governo do Brasil encara o coronavírus e a Convid-19.

 

Ronildo Torres Almeida nasceu no dia 17 agosto de 1958 em Aracaju. Ele é filho de Renato Ferreira Almeida e de Eluar Torres Almeida.

 

Separado e viúvo do segundo relacionamento, é pai de  Renata de Oliveira Almeida, 41 anos, Ronildo Almeida Filho, 37, Roni de Oliveira Almeida, 29, Katarine Oliveira Almeida, 31, Luan Oliveira Almeida, 27, e Vivian Macedo Almeida, 22.

 

Tem 2º grau completo e curso técnico de radialista feito em Itabuna, na Bahia. Ronildo Almeida é um comerciário-raiz, cujo primeiro emprego se deu em 1976 na velha e tradicional loja de Confecções Masculinas Gavetão.

 

Mas desde cedo se entregou às lutas sindicais - já foi dirigente da UNI-Sindicato Global, entidade internacional; já foi da Executiva da CUT em Sergipe e conselheiro do Sesc e do Senac.

 

Hoje, além de presidir a Fecomse, ele é diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio - CNTC - e presidente da União Geral do Trabalhadores em Sergipe - UGT/SE.

 

De tanto gostar de política, Ronildo já disputou mandatos de vereador três vezes - duas pelo PSB e uma pelo PT. Em 2001, assumiu uma suplência pelo PSB.

 

“Mesmo enfrentando todas as dificuldades, trabalhamos diuturnamente na prestação de serviços e temos um papel determinante na geração de riquezas e impostos e no desenvolvimento do Estado”, diz Ronildo Almeida, numa Entrevista que vale a leitura.

 

 

O QUE É A CLASSE COMERICIÁRIA DE SERGIPE?

“É uma categoria de profissionais que representa, só no segmento do comércio, em torno de 85 mil trabalhadores e trabalhadoras que, com a sua força de trabalho, proporciona a movimentação da economia e o desenvolvimento do Estado”

 

JLPolítica - No ano 2021, o que é a classe trabalhadora comerciária sergipana e como está o comércio para esta categoria?

Ronildo Almeida - É uma categoria de profissionais que representa, só no segmento do comércio, em torno de 85 mil trabalhadores e trabalhadoras que, com a sua força de trabalho, proporciona a movimentação da economia e o desenvolvimento do Estado. É uma das maiores e mais representativas categorias do setor produtivo de Sergipe. Hoje, com a pandemia, vivemos uma outra realidade, muito difícil, com preocupações não só na área da saúde, mas com dificuldades relacionadas diretamente ao momento como desemprego, exploração da mão de obra, baixos salários, perdas de oportunidade e dificuldades nas negociações coletivas. É um período delicado, no qual os trabalhadores têm procurado superar as dificuldades a cada dia.

 

JLPolítica - A Federação e o Seca trabalham com a estimativa de que são quantos os trabalhadores na composição das suas bases?

Ronildo Almeida - No comércio, uma estimativa de 85 mil companheiras e companheiros, mais 35 mil no segmento de serviços, estimando aí 120 mil trabalhadores e trabalhadoras.

 

JLPolítica - O senhor considera bom o índice de sindicalização do trabalhador do comércio sergipano

Ronildo Almeida - No decorrer do processo histórico, tivemos momentos com maior participação dos trabalhadores nas suas organizações sindicais. Inclusive, nas lutas. É um momento muito particular, com uma maior pressão e uma maior ingerência do patronato na participação dos seus empregados e empregadas nas representações sindicais. Entendemos ser este um dos momentos mais acirrados de enfrentamento entre o capital e o trabalho, que com certeza – e a história confirma essa nossa posição - será superado e teremos um novo quadro nessa relação num futuro, esperamos que próximo.      

 

 

TRABALHADORES SOB SALÁRIOS INCOMPATÍVEIS

“Na questão salarial, o que ganha entendemos não ser compatível com a importância da categoria e da sua força produtiva na economia. Os comerciários são trabalhadoras e trabalhadores que passam por extremas dificuldades”

 

JLPolítica - Do ponto de vista salarial, como vivem esses trabalhadores e qual é o piso salarial do comerciário sergipano atualmente?

Ronildo Almeida - Na questão salarial, o que ganha entendemos não ser compatível com a importância da categoria e da sua força produtiva na economia. Os comerciários são trabalhadoras e trabalhadores que passam por extremas dificuldades, como todo brasileiro de baixa renda, e só não é pior graças ao trabalho e à luta desenvolvida pelas entidades sindicais e seus representados. Sempre nas negociações conseguimos valor salarial acima do salário mínimo, com mais outros ganhos financeiros, como produtividade, triênio, quebra de caixa, horas extras e gratificações. É importante ressaltar que algumas conquistas são únicas de Sergipe, a exemplo do adicional de 6% de produtividade mensal sobre os salários - Sergipe é o único Estado do Brasil a ter esse direito. A média do piso salarial é de pouco mais de R$ 1.130. A média salarial com as vantagens conquistadas nas negociações é de cerca de R$ 1.400 - ambos sem o reajuste de 2021.

 

JLPolítica - Quanto por cento dos que estão na ativa recebem apenas esse valor?

Ronildo Almeida - É uma pequena parcela que recebe o piso salarial sem as demais vantagens financeiras. Em torno de 10%.

 

JLPolítica - O que as entidades dos trabalhadores e as patronais promovem de bem-estar para essa categoria é o suficiente para suprir as suas necessidades?

Ronildo Almeida - As nossas entidades sindicais de trabalhadores mantêm diversos serviços em prol de sua categoria e seus familiares.

 

 

SERVIÇOS DO SISTEMA S SÃO MUITO CAROS

“Apesar da grande arrecadação do Sistema S, temos críticas à oferta de serviços até por serem entidades criadas com a finalidade de prestar serviços sociais para os trabalhadores e as trabalhadoras. Hoje é muito caro se obter a prestação desses serviços para empregados com baixa renda”

 

JLPolítica - Quais, por exemplo?

Ronildo Almeida - Na área da saúde, oferecemos atendimento pediátrico, clínico geral, ginecológico/obstetra e odontológico. Além disso, prestamos assessoria econômica e jurídica, cálculos e orientações trabalhistas e atividades socioculturais. Temos espaço destinado a refeitório e repouso dos trabalhadores na sede do sindicato. São ações complementares às lutas diárias do sindicato em busca de avanços econômicos, sociais e trabalhistas para a categoria.

 

JLPolítica - As entidades do Sistema S e a Fecomércio em si fazem valer o quanto se contribui financeiramente para com elas?

Ronildo Almeida - Apesar da grande arrecadação do Sistema S, temos críticas à oferta de serviços até por serem entidades criadas com a finalidade de prestar serviços sociais para os trabalhadores e as trabalhadoras.

 

JLPolítica - Como assim?

Ronildo Almeida - Hoje é muito caro para se obter a prestação desses serviços para empregados com baixa renda. Essas entidades disputam, em termos de valores, com a iniciativa privada, fugindo completamente dos seus objetivos e da função social inicial para qual foram criadas, tornando impraticável o acesso de parcela significativa da categoria aos benefícios por elas oferecidos.

 

 

GANHO COM NOVA ABRANGÊNCIA SINDICAL

“Foi muito importante a extensão de base da entidade que só representava Aracaju, o que era um transtorno, porque os demais municípios ficavam sob a dependência da Bahia. Com a ampliação da entidade sindical e a criação da Federação, consolidaram-se o projeto e a luta dos trabalhadores do comércio e serviços de Sergipe”

 

JLPolítica - A mistura das atividades do comércio com as dos serviços embaralha ou atrapalha?

Ronildo Almeida - Não, pelo contrário, são discussões e experiências trocadas entre os trabalhadores com o objetivo de alcançar melhores condições de trabalho e uma vida digna para todos.

 

JLPolítica - Ampliou e fortaleceu a luta dos comerciários e suas entidades o fato de o Seca ter sua abrangência dilatada para o Estado de Sergipe inteiro?

Ronildo Almeida - Foi muito importante a extensão de base da entidade que só representava Aracaju, o que era um transtorno, porque os demais municípios ficavam sob a dependência do Estado da Bahia. Com a ampliação da entidade sindical e a criação da nossa Federação, consolidaram-se o projeto e a luta dos trabalhadores e trabalhadoras do comércio e serviços do Estado de Sergipe.

 

JLPolítica - Como é que o senhor recebeu a decisão do Estado e das entidades patronais de não decretarem ponto facultativo nos dias de carnaval?

Ronildo Almeida - Foi uma decisão do governador Belivaldo Chagas e do Comitê Técnico-Científico e de Atividades Especiais - Ctcae - especificamente para a esfera do funcionalismo público estadual. Quanto às entidades patronais do comércio, ressaltamos que existem convenções coletivas de trabalho que proíbem o funcionamento das atividades nesses dias, assegurando, portanto, o repouso à classe trabalhadora - convenções acordadas e assinadas por entidades patronais e laborais.

 

 

O COMERCIÁRIO E O ESPÍRITO DE LUTA DE CLASSE

“A luta está dentro de nós, superando as pressões contrárias, seja na esfera federal pública, por meio de legislações nocivas, seja por parte do patronato, com assédio moral, perseguições às organizações dos trabalhadores em suas entidades e ameaças de perda de emprego”

 

JLPolítica - O comerciário sergipano tem espírito de luta de classe ou é disperso?

Ronildo Almeida - O trabalhador tem na sua índole o espírito e a vontade de crescer profissionalmente. A luta está dentro de nós, superando as pressões contrárias, seja na esfera federal pública, por meio de legislações nocivas à classe trabalhadora, seja por parte do patronato, com assédio moral, perseguições às organizações dos trabalhadores em suas entidades sindicais e ameaças de perda de emprego, numa luta desigual. Entendemos que cada momento tem as suas especificidades e as suas dificuldades, cabendo uma reflexão e uma compreensão dos caminhos para superar e ampliar as lutas.

 

JLPolítica - O senhor vê diferenças do setor patronal do comércio para outras esferas do patronato no trato das conquistas?

Ronildo Almeida - O pensamento do patronato, normalmente, é igual: crescer com o esforço da classe trabalhadora, sem reconhecer o suficientemente a importância dos trabalhadores e das trabalhadoras e da sua força de trabalho. Por isso, dá-se a luta diária entre capital e trabalho.

 

JLPolítica - Como tem sido o seu diálogo com as entidades do patronato?

Ronildo Almeida - Respeitosamente, tendo em alguns momentos que responder à altura diante da conjuntura e das dificuldades a nós apresentadas. Sempre procuramos o diálogo, visando obter conquistas e resultados para os nossos representados.

 

 

DEFICIÊNCIA NA FORMAÇÃO DA MÃO DE OBRA

“Há entidades custeadas pelos impostos produzidos pela classe trabalhadora, cujo acesso é impraticável para uma parcela significativa da comunidade, diante dos valores cobrados pelos serviços. Está cada vez mais distante dos trabalhadores esse preparo profissional para o acesso ao mercado de trabalho”

 

JLPolítica - Em que pé se encontram as entidades de base de formação da mão de obra comerciária em Sergipe?

Ronildo Almeida - Existem algumas entidades públicas que buscam oferecer capacitação para os trabalhadores, mas que ainda não atingem as demandas e as necessidades da população. Há outras entidades custeadas pelos impostos produzidos pela classe trabalhadora, cujo acesso é impraticável para uma parcela significativa da comunidade, diante dos valores cobrados pelos serviços. Ou seja, está cada vez mais distante dos trabalhadores esse preparo profissional para o acesso ao mercado de trabalho.

 

JLPolítica - Supõe-se que quando o desemprego está alto no país, o comércio seja uma das áreas mais afetadas. Como está agora em Sergipe?

Ronildo Almeida - O setor do comércio e serviços sempre é vítima de qualquer mudança na área política e econômica. É o que estamos vivenciando nos últimos tempos, situação agravada ainda mais pela pandemia do coronavírus. Há ainda um aspecto político-social que não pode ser deixado de lado: a deterioração das relações trabalhistas, com um projeto perverso que retira direitos e conquistas e prejudica diretamente a classe trabalhadora.

 

JLPolítica - As reformas previdenciárias e trabalhistas atingiram em que grau a classe comerciária?

Ronildo Almeida - Atingiram frontalmente a classe trabalhadora e no seu bojo trouxeram diversos prejuízos. Logo de cara, dificulta o acesso à aposentadoria de trabalhadores e trabalhadoras da iniciativa privada, comerciários e comerciárias, que normalmente passam muito tempo sem contribuir com a Previdência devido à falta de emprego e à rotatividade das vagas ofertadas. Para a mulher é ainda pior, porque, além de aumentar o tempo de contribuição, houve acréscimo da idade mínima para a aposentadoria. Quanto à reforma trabalhista, os prejuízos são incalculáveis.

 

PANDEMIA FUSTIGA DE PERTO O COMERCIÁRIO

“Lamentavelmente, o comerciário, por estar na linha de frente, inclusive em atividades tidas como essenciais, tem um grau elevado de contaminação nesta pandemia, como muitos casos já positivados. Além da possibilidade de contágio no ambiente de trabalho, os empregados têm a necessidade de utilizar o transporte de massa”

 

JLPolítica - Em que aspectos mais imediatos?

Ronildo Almeida - Fragiliza a relação capital e trabalho, retira direitos e conquistas e impõe à classe trabalhado um pacote completo de maldades, a começar pelos modelos de contratação, como contrato temporário, trabalho intermitente, férias fracionadas, acordado sobre o legislado, ampliação da terceirização e institucionalização do PJ, enfim, num país com um índice alarmante de desemprego como o Brasil, onde a procura é mito maior que a oferta e os governantes priorizam o patronato e o capitalismo perverso, essas reformas são na verdade a deformação dos direitos trabalhistas e sociais.

 

JLPolítica - A pandemia do coronavírus fustiga de perto em grau o trabalhador do comércio?

Ronildo Almeida - Fustiga e muito. Lamentavelmente, o comerciário, por estar na linha de frente, inclusive em atividades tidas como essenciais, tem um grau elevado de contaminação nesta pandemia, como muitos casos já positivados. Além da possibilidade de contágio no ambiente de trabalho, os empregados têm a necessidade de utilizar o transporte de massa, aumentando assim o risco de contaminação. Ou seja, os trabalhadores e trabalhadoras do comércio vivem momentos de apreensão.

 

JLPolítica - O setor patronal adotou medidas responsáveis para proteger o trabalhador do comércio contra a pandemia do coronavírus?

Ronildo Almeida - Nem todos tiveram essa responsabilidade com os seus empregados. Desde o início, as nossas entidades sindicais têm desenvolvido um trabalho de orientação e exigência do cumprimento das normas sanitárias e também denunciado diversas empresas pela não-obediência às regras sanitárias e de segurança do trabalho.

 

 

DESASTRE DO GOVERNO COM A NEGATIVA AO VÍRUS

“Com atitudes irresponsáveis de aglomerações e palanques políticos, brincando com a miséria e a desinformação do povo quanto ao tema, o Governo do Brasil subestimou o poder destruidor de um vírus que já matou quase 240 mil brasileiros e brasileiras”

 

JLPolítica - Qual é a sua visão das medidas adotadas pelo Governo do Brasil frente aos aspectos da pandemia do coronavírus?

Ronildo Almeida - Um desastre, com a negativa da existência de um vírus devastador. Com atitudes irresponsáveis de aglomerações e palanques políticos, brincando com a miséria e a desinformação do povo quanto ao tema, o Governo do Brasil subestimou o poder destruidor de um vírus que já matou quase 240 mil brasileiros e brasileiras. Pior: transformou em disputa política e imbecil a única chance de controlar a pandemia com a vacinação da população. A história vai cobrar de todos os responsáveis os atos insanos no trato com a saúde pública diante de tal gravidade e do número elevadíssimo de óbitos.

 

JLPolítica - Entre conquistas sociais e econômicas, no que as entidades de classe de vocês têm mais avançado?

Ronildo Almeida - Mesmo com as dificuldades, temos avançado nas negociações, nas convenções coletivas, nos acordos, em cláusulas sociais e econômicas. É importante dizer que cada momento, cada negociação é um novo processo. Renascem as dificuldades, mas também nossa vontade de lutar para trazer avanços e resultados positivos para a categoria.

 

JLPolítica - Qual é a data-base de negociação da categoria?

Ronildo Almeida - Existem duas datas-bases nos segmentos econômicos: 1º de janeiro - ramo lojistas, material de construção e supermercados - e 1º de maio, demais setores do comércio e serviços.

 

 

O QUE GANHOU E O QUE ESPERA GANHAR

“Em 2020, tivemos conquistas financeiras, mas não as desejadas pela classe, mas foi o que se conseguiu para o momento diante da conjuntura, e mantivemos diversas cláusulas sociais. Para 2021, temos uma pauta de reivindicação entregue ao setor patronal desde de novembro de 2020”

 

JLPolítica - O que foi obtido em 2020 e qual é a reivindicação para 2021?

Ronildo Almeida - Em 2020, tivemos conquistas financeiras, mas não as desejadas pela classe trabalhadora, mas foi o que se conseguiu para o momento diante da conjuntura, e mantivemos diversas cláusulas sociais. Para 2021, temos uma pauta de reivindicação entregue ao setor patronal desde de novembro de 2020, que contempla as reivindicações da classe trabalhadora aprovadas em assembleias gerais. Esperamos que este ano possamos o mais rápido possível fechar essas negociações e garantir uma vida com dignidade para todos e todas.

 

JLPolítica - Até que ponto a informalidade é um problema para o trabalhador do comércio?

Ronildo Almeida - A informalidade é um problema de conjuntura política e social. Atinge pais e mães de família, que recorrem ao trabalho informal por necessidade de sobrevivência e que se veem abandonados pela falta de projeto que os incluam e os protejam do desemprego, das dispensas arbitrárias e da exploração.

 

JLPolítica - Afinal, o que é um bom comerciário?

Ronildo Almeida - Somos todos nós que, mesmo enfrentando todas as dificuldades, trabalhamos diuturnamente na prestação de serviços para a sociedade e temos um papel determinante na economia, na geração de riquezas e impostos e no desenvolvimento do Estado.

 

Fonte JL Polícia




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