UGT UGT

Filiado à:


Filiado Filiado 2

Notícias

DESCOLAMENTO DO DESEMPREGO DOS JOVENS BATE RECORDE NO BRASIL


04/11/2020

A sucessão de crises políticas e econômicas no Brasil nesta década levou a vulnerabilidade dos jovens na faixa dos 20 anos a índices recordes, segundo diversos indicadores.

 

A diferença entre a taxa de desemprego da população entre 18 e 24 anos e da maioria dos brasileiros ativos chegou a 16,4 pontos percentuais no segundo trimestre de 2020, durante a pandemia de covid-19. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua nunca havia registrado uma diferença tão grande.

 

Ainda que o desemprego tenha aumentado de forma geral entre abril e junho, para a faixa dos 18 a 24 anos ele alcançou 29,7%. A média da população ativa é de 13,3%.

 

Outro indicador bastante acompanhado é a taxa de participação, que é resultado da soma entre os trabalhadores ocupados e os que estão buscando emprego dividida pelo número de pessoas em idade ativa (maiores de 14 anos). Ele mede o aproveitamento da mãode obra potencial do país.

 

Esse indicador foi derrubado pela pandemia de forma geral no Brasil. De janeiro a março deste ano, 61% dos brasileiros em idade ativa tinham ocupação ou estavam procurando um emprego. Essa parcela caiu para 55,3% no segundo trimestre.

 

Nenhum grupo em recortes por idade, escolaridade e gênero foi mais atingido do que os jovens de 18 a 24 anos, que tiveram a taxa de atividade no mercado de trabalho diminuída em praticamente nove pontos percentuais, de 68,8% para 59,9%. Isso pode ser explicado, em parte, porque as demissões entre faixa etária dispararam.

 

Metade dos potenciais trabalhadores de 18 a 24 anos do país estavam ocupados no inÃcio deste ano. Entre abril e junho, esse indicador havia recuado para 42,2%.

 

Enquanto a populaçãoa ativa como um todo teve queda de 5,6 pontos percentuais no nível de ocupação, entre os jovens, o número atingiu 8 pontos percentuais

 

A pandemia agravou o quadro para os mais jovens, mas os indicadores apontam que a desvantagem deles em comparação com a média do mercado vinha aumentando há muito tempo.

 

No começo de 2012, a ocupação dos trabalhadores na casa dos 20 anos era pouco maior do que a da média da população em idade ativa.

 

Para os especialistas, os 7 anos de adversidades na conjuntura econômica brasileira têm afetado o ânimo dos jovens. A parcela da população entre de 20 a 29 anos que não trabalha nem estuda chegou a nível recorde no segundo trimestre de 2020, conforme dados da equipe do economista Marcelo Neri, diretor do FGV Social. A taxa foi de 26% no começo de 2012 para 35% entre abril e junho deste ano.

 

Além da onda de demissões, o que agrava esse número é que muitos jovens desistiram de procurar uma vaga. Nas crises, até diplomas educacionais perdem parte do efeito para conseguir melhores remunerações, o que também implica em um maior desalento dos jovens, afirma Neri. 

 

Fonte: Folha de SP




logo

UGT - União Geral dos Trabalhadores


Rua Formosa, 367 - 4º andar - Centro - São Paulo/SP - 01049-911 - Tel.: (11) 2111-7300
© 2023 Todos os direitos reservados.