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Greve dos Correios vai ser intensificada até diretoria dialogar, dizem sindicatos


25/08/2020

Entidades que representam trabalhadores pretendem ampliar a greve com 'piquetes' (bloqueio do acesso ao local de trabalho); Correios minimizam greve, mas já deslocaram funcionários da área administrativa para o operacional

 

Os sindicatos que representam os trabalhadores dos Correios prometeram intensificar a greve nacional, iniciada no último dia 17, por tempo indeterminado, até o dia em que a direção da estatal decidir “abrir um canal de diálogo” ou pedir dissídio coletivo – o que poderia levar o caso novamente ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), segundo as entidades. Até lá, os sindicatos pretendem ampliar a greve com “piquetes” (bloqueio do acesso ao local de trabalho) das unidades que ainda estiverem funcionando. A lei determina que 30% do contingente continue trabalhando.  

 

Enquanto os sindicatos estimam que 70% do operacional – o que equivaleria a 74 mil trabalhadores em todo o País – cruzaram os braços, os Correios afirmam que esse contingente é de apenas 17%, mas autorizaram a realização de jornada extraordinária e também deslocaram funcionários da área administrativa para cuidar do operacional – funções desempenhadas pelos carteiros, carregadores e motoristas.

 

“Deliberamos intensificar a greve porque entendemos que o único caminho para se restabelecer os direitos vai ser por meio da correlação de força: eles tiram nossos direitos, nós paramos a produção. Para suspender qualquer movimento de greve, a empresa vai ter que retomar o diálogo e colocar propostas que atendam minimamente aos anseios dos trabalhadores”, afirmou o secretário de Comunicação da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect), Emerson Marinho. 

 

Na última sexta-feira, 21, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu de forma definitiva o acordo coletivo dos trabalhadores dos Correios, inicialmente previsto para durar até 2021. Os sindicatos afirmam que 70 cláusulas com direitos foram retiradas, de um total de 79, como 30% do adicional de risco, vale-alimentação, licença-maternidade de 180 dias, auxílio-creche, indenização por morte e auxílio para filhos com necessidades especiais, além de pagamentos como adicional noturno e horas extras.

 

“Não queremos nem o aumento do salário, queremos a manutenção da cláusula. Estamos tentando buscar o diálogo com o presidente (dos Correios) Floriano Peixoto, porém a direção se nega a negociar. Acreditamos que a empresa pode entrar com um pedido de dissídio, e o julgamento vai acabar novamente no TST. Não tem como escapar desse julgamento, até porque a empresa se nega a conversar com as entidades sindicais”, disse o diretor de Comunicação da Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect), Douglas Melo.  

 

Caso o julgamento vá parar novamente no TST, Marinho, da Fentect, espera que o tribunal mantenha a cláusula, já que foi o próprio TST que havia estabelecido a vigência do acordo até 2021. “Mas não dá para fazer uma previsão. O julgamento do STF mostrou uma tendência do alinhamento do Judiciário com a pauta governista. A expectativa é que no mínimo o TST mantenha aquilo que ele mesmo concedeu por dois anos, mas o julgamento do STF nos deixa em uma 'sinuca de dois bicos'.” 

 

No mutirão do fim de semana, os funcionários da área administrativa foram deslocados para a área operacional para dar conta da demanda de cartas e encomendas. Segundo nota divulgada à imprensa pelos Correios, foram entregues 1,2 milhão de cartas e 4,7 milhões de objetos postais entre os dias 22 e 23 e a empresa disse que manteria o ritmo durante a semana. 

 

A reportagem procurou os Correios para saber se haverá negociação com os trabalhadores e se haverá a ampliação da contratação de mão de obra terceirizada para suprir a ausência dos grevistas. 

 

Em nota, a estatal disse que "a paralisação parcial da maior companhia de logística do Brasil, em meio à pandemia da covid-19, traz prejuízos financeiros não só aos Correios, mas a inúmeros empreendedores brasileiros, além de afetar a imagem da instituição e de seus empregados perante a sociedade. Os Correios esperam que os empregados que aderiram ao movimento paredista, cientes de sua responsabilidade para com a população, retornem ao trabalho".

 

"Sobre as negociações para o Acordo Coletivo de Trabalho, os Correios têm preservado empregos, salários e todos os direitos previstos na CLT, bem como outros benefícios dos empregados. Os Correios ressaltam que os vencimentos de todos os empregados seguem resguardados e os trabalhadores continuam tendo acesso, por exemplo, ao benefício do auxílio-creche e aos tíquetes refeição e alimentação, em quantidades adequadas aos dias úteis no mês, de acordo com a jornada de cada trabalhador. Estão mantidos ainda – aos empregados das áreas de Distribuição/Coleta, Tratamento e Atendimento -, os respectivos adicionais."

 

Fonte: Estadão




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