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Disparidade em projeções do Ibovespa mostra insegurança no mercado


19/06/2020

Comparar as novas projeções para o Ibovespa com as feitas no início do ano pode ser divertido como ler o horóscopo

 

No início do ano, eram muitos os bancos, corretoras e casas de análise previam que o Ibovespa passaria dos 130 mil pontos até o fim de 2020. Em março, com a queda generalizada, baixaram o tom. Agora, voltam a subir suas projeções.

 

A XP, otimista, que projetava o índice lá na casa dos 140 mil, hoje aponta para 112 mil. O Itaú BBA, por sua vez, apontava para os 132 mil. Hoje, enxerga que o alvo são os 94 mil pontos.

 

A diferença entre as previsões das duas instituições (lembrando que o Itaú é dono de 49,9% da XP) exemplifica como a incerteza é única clareza do mercado. Em janeiro, a previsão da XP era 5,7% maior que a do Itaú BBA. Hoje, é 16% a mais.

 

No “meio do caminho”, há ainda o Bank of America, por exemplo, projetando 100 mil pontos e o J.P. Morgan, 104 mil.

 

Comparar as novas projeções para o Ibovespa com as feitas no início do ano pode ser divertido como ler o horóscopo. Sites de astrologia diziam que março seria perfeito para piscianos fazerem “viagens a lazer com seu parceiro”. Os planos devem ter mudado com a pandemia de coronavírus.

 

Também no mercado financeiro, o que resta é olhar o cenário e fazer novo planejamento. E, para isso, é bom colocar na mesa todas as previsões possíveis.

 

Vale levar em conta também a possibilidade, já aventada por gente de trabalho reconhecido, de as recentes altas da bolsa indicarem a formação de uma bolha.

 

A base do argumento é que o aumento do valor das ações não condiz com qualquer indicação de retomada de produção ou vendas. Nem com uma melhoria dos processos das empresas.

 

Atualmente, seis companhias com seus papéis entre os 75 que compõem o Ibovespa estão com o valor de mercado mais de dez vezes maior do que o valor patrimonial. Ou seja, o valor de suas ações daria para comprar mais de 10 vezes todo o patrimônio delas.

 

No caso da Via Varejo, o valor de mercado está 30 vezes maior, como mostra levantamento feito pelo TradeMap para a coluna. Veja a tabela abaixo.

 

Empresa

 

Valor de Mercado / Valor Patrimonial

 

Via Varejo

 

30,9

 

Marfrig

 

16,4

 

Magazine Luiza

 

14,2

 

Minerva

 

11,7

 

Suzano

 

11,2

 

Natura

 

10,6

 

Weg

 

9,6

 

B2W

 

9,3

 

Raia Drogasil

 

8,6

 

BB Seguridade

 

8,6

 

Fonte: TradeMap

 

Falamos sobre esse indicador em março, quando eram apenas 3 empresas nessa situação.

 

ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO

E se for realmente uma bolha? E se não for, e chegar aos 112 mil pontos? E se chegar aos 112 mil e depois derreter, porque era uma bolha? Onde vai parar?

 

Você não precisa arrancar os cabelos pensando nisso. Mas há estratégias já traçadas para não sofrer tanto com mudanças de cenário.

 

Diversificar sempre. Se quando a bolsa cai, ouro e dólar sobem, por que não colocar um pouco do seu investimento em risco por lá também? Já detalhamos como fazer isso aqui.

 

Para se proteger de oscilações, os traders, que investem no curto prazo, usam uma ferramenta chamada “Stop Gain”. Com ela, programam os home brokers para vender suas ações quando elas já tiverem dado o lucro planejado, embolsando a diferença.

 

Quem investe pontualmente em ações e gosta de acompanhar o mercado, pode também emular isso, de forma a reduzir a insegurança em um momento de tanta incerteza. Para isso, é preciso ter clareza de o que espera dos papéis que compra. E ser fiel aos próprios planos.

 

Você pode, por exemplo, comprar ações de uma empresa e deixar anotado o potencial de crescimento que enxerga (não é uma lista de desejos, é preciso ser realista). Assim, quando o preço atingir o valor planejado, é hora de reavaliar seus investimentos.

 

Dessa forma, diminui-se a possibilidade de ser atingido pela mudança de ventos. E o cenário deverá ser novamente analisado, com base em previsões fresquinhas.

 

Fonte: Folha de SP




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