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1º de maio é o Dia do Trabalhador, o dia que simboliza luta, sofrimento, resistência, conquistas... Mas na verdade o que estamos vivendo é um momento de retrocesso, onde o direito do trabalhador foi ceifado com a retirada de suas conquistas, com a tentativa opressora de calar nossas vozes e diminuir nossos direitos.

Hoje vivemos momentos estranhos, onde um vírus assombra nossos dias e mesmo assim temos que assistir o poder público massacrar a classe laboral em defesa da categoria patronal, tudo isso apresentado de uma maneira orquestrada, onde os sindicatos e sindicalistas são vendidos na grande mídia como vândalos e oportunistas que querem tirar proveito do trabalhador.

São momentos onde o povo ainda não sentiu verdadeiramente na pele as consequências de uma reforma trabalhista e não fazem ideia da destruição futura com a possível aprovação da reforma da previdência. Estamos tentando entender o que significa a palavra REINVENTAR, que é tão usada quando falam da situação atual do movimento sindical.

Reinventar me soa como se estivéssemos trilhando caminhos errados e que hoje seria necessário fazer de outra forma para encontrar o “caminho certo”. Eu não vejo nossa história como algo que deu errado. Conquistamos tantos direitos, lutamos por cada um deles, muitas vezes à custa de suor, lágrimas e sangue. Não precisamos nos reinventar! Precisamos nos aperfeiçoar, nos munir e nos unir para que juntos possamos construir novos caminhos. Caminhos onde exista igualdade salarial entre gêneros, onde não existam metas abusivas, onde o direito seja visto como algo indiscutível.

Só assim conseguiremos, enquanto trabalhadores que somos, manter a dignidade e respeito diante da sociedade e do mercado de trabalho.

Não podemos baixar nossas bandeiras, calar nossa voz e aceitar a imposição de um retrocesso na qualidade de vida do trabalhador.

Então, meus amigos, espero que neste primeiro de maio, em plena quarentena, possamos refletir se o que queremos é uma data no calendário ou respeito e valorização da classe trabalhadora.

Gustavo Walfrido
Presidente UGT-PE