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Desemprego sobe para 12,2% com avanço do novo coronavírus


30/04/2020

Essa é a primeira vez que o IBGE faz a pesquisa de desocupação por telefone

 

O desemprego no Brasil foi a 12,2% no trimestre encerrado em março, o primeiro mês em que o país sente os efeitos econômicos do novo coronavírus, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (30).

 

A taxa de desocupação já havia crescido em fevereiro, subindo para 11,6% e atingindo 12,3 milhões de pessoas. Em março, este número saltou para 12,9 milhões de pessoas.

 

O registro representa uma alta de 1,3 ponto percentual na comparação com o último trimestre de 2019. São 1,2 milhão de pessoas a mais na fila por um emprego no país.

 

Apesar disso, a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, apontou que o crescimento era esperado também por um fator sazonal e foi ainda menor do que o 1,7 ponto percentual da mesma época de 2017.

 

Trabalhadores se aglomeram para entregar currículos em empresa na região central de São Paulo - Danilo Verpa-19.set.19/Folhapress

“O primeiro trimestre de um ano não costuma sustentar as contratações feitas no último trimestre do ano anterior. Essa alta na taxa, porém, não foi das mais elevadas", disse a analista da pesquisa.​

 

A Pnad de março mostrou perdas em todos os setores de atividades, como indústria (2,6%), construção (6,5%), comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (3,5%), alojamento e alimentação (5,4%), outros serviços (4,1%) e serviços domésticos (5,9%).

 

Segundo o IBGE, a queda no serviço doméstico foi um recorde, assim como o recuo de 7% no emprego sem carteira assinada do setor privado. Também caíram o emprego com carteira e o por conta própria sem CNPJ.

 

A Pnad divulgada nesta quinta ainda registrou o maior recuo da série histórica na população ocupada, reduzindo em 2,5% o contingente, cerca de 2,3 milhões de pessoas, sendo 1,9 milhões de trabalhadores informais.

 

A taxa da informalidade apresentou variação de 41% no último trimestre de 2019 para 39,9% no primeiro trimestre deste ano. São 36,8 milhões de trabalhadores.

 

“Foi uma queda disseminada nas diversas formas de inserção do trabalhador, seja na condição de trabalhador formal ou informal", concluiu a analista da pesquisa Adriana Beringuy.

 

Os informais são os trabalhadores sem carteira, trabalhadores domésticos sem carteira, empregadores sem CNPJ, os conta própria sem CNPJ e trabalhadores familiares auxiliares.

 

Por ser pesquisada de maneira trimestral, a Pnad desta quinta apresenta números de janeiro, fevereiro e março, sendo que os dois primeiros ainda não haviam sido totalmente afetados pela crise econômica que se instalou no país após a chegada do novo coronavírus. Os efeitos começaram a ser sentidos apenas na segunda quinzena do mês passado.

 

Também reflexo da pandemia, o IBGE realizou a pesquisa pela primeira vez por telefone, com objetivo de proteger os trabalhadores. Estava, porém, com dificuldades de ouvir os brasileiros.

 

O país vive uma espécie de apagão estatístico de emprego: os dados do Caged (sobre pessoas com carteira assinada) ainda não foram divulgados neste ano, o detalhamento do seguro-desemprego é irregular e o IBGE mudou a coleta de dados para telefone.

 

Além disso, o governo afirmou que mais de 4 milhões de trabalhadores formais já tiveram contrato de trabalho reduzido ou suspenso, com empregadores recorrendo à medida provisória do governo para tentar evitar demissões em meio à aguda crise.

 

O aumento do número de desocupados vem acompanhando a escalada da Covid-19 no Brasil e das medidas de fechamento de serviços não essenciais adotadas para conter a disseminação da doença.

 

O primeiro caso no país foi identificado em 26 de fevereiro, mas as primeiras medidas de isolamento social só começaram a ser tomadas na segunda quinzena de março.

 

Até a manhã desta quinta, o país soma 5.466 mortos e 78.162 infectados no Brasil pelo novo coronavírus. Apenas nesta quarta (29), em um único dia o país confirmou 449 novas mortes e 6.276 novos casos do novo coronavírus, mais do que no mês inteiro de março somado.

 

Fonte: Folha de SP




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