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MOTOCICLISTAS DE DELIVERY POR APLICATIVO SÃO OS MAIS VULNERÁVEIS AO RISCO POR CAUSA DA INFORMALIDADE


23/04/2020

Trabalhadores se queixam das baixas remunerações e sobre a falta de materiais de higiene. Rappi, Uber Eats e iFood falham em dar suporte aos profissionais que trabalham como autônomos, sem vínculo empregatício

 

A Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) em parceria com a Federação Brasileira dos motociclistas profissionais (Febramoto) e o Sindicato dos Motociclistas de São Paulo (SindimotoSP), montaram uma cartilha para conscientizar os motociclistas sobre os perigos de contaminação com o novo coronavírus. 

 

 

Essa ação faz parte de um conjunto de práticas dessas três instituições que visam a valorização do trabalho desses profissionais. “Eles são o sangue oxigenado sem o qual não dá para manter a cidade viva, pessoas tão preciosas para a sociedade, para que não se exponham e adoeçam”, diz José Montal, diretor da Abramet.

 

Entre as orientações de como evitar o coronavírus, a principal é higienizar as partes da moto que as mãos tocam, como guidão e manetes. “O vírus entra pelas mucosas da face, então o controle das mãos é importante no combate à pandemia”, explica.

 

Além do combate ao coronavírus, José lembra que há outro perigo constante ao motociclista: o de se acidentar. A motocicleta é responsável por 80% das internações por acidente de trânsito. Entretanto, a redução do número de veículos nas vias reduziu a chance de imprevistos.

 

Claro, não dá para ignorar o abuso, imprudência e o desrespeito às regras de trânsito que muitos dos motociclistas cometem ao conduzir suas motos.

 

A fiscalização falha ao identificar os condutores imprudentes, assim como falta às categorias o incremento de esforço para conscientizar os trabalhadores. Porém, esses fatos são paralelos ao cenário atual, cujas providências não são excludentes.

 

Como ficam os entregadores de aplicativo?

 

Os serviços de entrega por aplicativo se multiplicaram na pandemia, alguns oferecendo entrega sem contato e embalagens especiais. Contudo, o entregador é quem mais se expõe. Gilberto dos Santos, presidente da Febramoto e do SindimotoSP, explica como funciona a contratação dos profissionais.

 

“Existem duas formas de contratação no serviço de entregas rápidas: CLT ou autônomo. No meio do caminho, apareceu a figura do Microempreendedor Individual (MEI) como forma de trazer o trabalhador da informalidade para a formalidade". Como MEI, o trabalhador é um “prestador de serviços” para a empresa de aplicativo.

 

Isso significa que o contratante não tem nenhum vínculo com o entregador. Em teoria.

 

Segundo o Ministério Público do Trabalho da Segunda Região, em São Paulo, em artigo publicado no dia 5 de abril, “as plataformas digitais iFood e Rappi devem garantir assistência financeira a trabalhadores contaminados pelo novo coronavírus ou que integrem o grupo de alto risco para que possam se manter em distanciamento social com recursos necessários para sua sobrevivência”.

 

Quanto aos materiais disponibilizados, o iFood informou, em nota, que está oferecendo álcool em gel para seus parceiros e ofereceu plano e serviços de saúde para todos os 140 mil profissionais de entrega.

 

Já as entregas não vão nada bem

 

Apesar de os aplicativos em si estarem registrando demanda crescente, falta trabalho para boa parte dos trabalhadores - que as empresas chamam de "parceiros".

 

Isso porque outras modalidades de entrega, como transporte de documentos e itens menores, também teve uma redução devido à paralisação das atividades.

 

“Ficou muito trabalhador para pouca entrega. Não é essa maravilha que todo mundo está falando, que tem gente ganhando muito dinheiro”, comenta Santos.

 

Aplicativos como o Rappi tiveram um crescimento de 30% nas entregas em toda a América Latina no início do ano.

 

As demais marcas, como Uber Eats e iFood, não divulgaram dados sobre os números de entrega.

 

Um grupo de quase 200 pessoas que trabalham para essas empresas se reuniram em protesto na avenida Paulista na última sexta-feira (17).

 

Eles afirmavam que as remunerações pagas aos entregadores eram muito baixas e que o bloqueio do motoqueiro pelo aplicativo era feito sem nenhum aviso prévio.

 

Alguns ainda reclamavam de poucos pontos de distribuição de materiais de proteção.

 

Fonte: Auto Esporte




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