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Motoboys fazem buzinaço em SP por melhor condição de trabalho na crise do coronavírus


20/04/2020

Entregadores reclamam de falta de segurança e de valor pago por aplicativos

 

Um grupo de motoboys realiza, na manhã desta segunda-feira (20), um protesto pelas ruas da capital paulista.

 

A concentração dos manifestantes ocorreu na praça Leonor Kaupa, no Bosque da Saúde (zona sul), e deve terminar em Osasco (Grande SP), a cidade-sede do aplicativo iFood.

 

Policiais do 1º Batalhão de Trânsito acompanham o buzinaço, que acontece de forma pacífica.

 

Protesto de entregadores de delivery em SP; concentração ocorreu no Bosque da Saúde (zona sul)

Protesto de entregadores de delivery em SP; concentração ocorreu no Bosque da Saúde (zona sul) - Zanone Fraissat/Folhapress

As pessoas que estavam nas ruas filmavam e aplaudiam a passagem do ato. Já os manifestantes convidavam os colegas que faziam as entregas a participarem da passeata.

 

Os trabalhadores reclamam das condições de trabalho às quais estão submetidos nesta quarentena contra o novo coronavírus.

 

“Se as empresas dão a rota, e a gente não aceita, ficamos bloqueados por semanas, diz o entregador Robson Luís da Silva, 38, que faz entregas pelos aplicativos Rappi, iFood e Uber Eats.

 

Silva diz que foi bloqueado por um aplicativo por não conseguir concluir uma entrega numa comunidade da periferia de São Paulo. “Eu não consegui achar o endereço, fiquei rodando 40 minutos e, no dia seguinte, fui acusado de fraudar a corrida”, conta.

 

“Eu me sinto um escravo. Sofri um acidente esses dias, meu dedo ficou com fratura exposta. Reportei o problema ao aplicativo, mas a empresa só queria saber se eu conseguiria concluir a entrega”, completa Silva.

 

Para o motoboy David Lima, outro problema é o valor que a categoria está recebendo para fazer as entregas num momento em que “os entregadores estão mantendo a cidade minimamente em pé”.

 

“Quem está botando a cara na rua e entregando comida, medicamento e todo tipo de produto somos nós. Mas a população precisa saber que ganhamos, em média, R$15 para percorrer 10 km”, diz Lima.

 

Na avenida Paulista, o protesto ganhou volume com a adesão de um grande grupo de entregadores que aguardava a chegada dos manifestantes no endereço mais famoso da cidade.

 

Reportagem da Folha, publicada em março, mostrou que as condições de trabalho dos entregadores pioraram durante a pandemia pelo risco sanitário e pelo tempo que eles gastam em supermercados para abastecer a população que está em casa.

 

Em meio à pandemia, Ministério Público do Trabalho emitiu nota técnica com uma série de medidas a serem tomadas pelas empresas de transporte de mercadorias e de passageiros por plataformas digitais.

 

O documento exige que essas companhias forneçam, gratuitamente, para o entregador álcool em gel (70% ou mais), lavatórios com sabão e papel toalha, espaço e serviço de higienização para os veículos e água potável para o consumo desses profissionais.

 

No início de abril, os aplicativos informaram que iriam disponibilizar kits com material de proteção e material informativo, além de um fundo financeiro para entregadores que contraírem a doença.

 

fonte: Folha de SP




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