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Acusado de sabotar sindicatos, chairman da Samsung é preso


18/12/2019

Lee Sang-hoon e o vice-presidente Kang Kyung-hoon foram sentenciados a 18 meses de prisão e detidos no tribunal

 

 

Um tribunal sul-coreano sentenciou o presidente do conselho de administração da Samsung Electronics a 18 meses de prisão por sabotar atividades sindicais, um veredicto que deverá aumentar a pressão sobre a gigante tecnológica para remodelar sua cultura empresarial.

 

O tribunal central de primeira instância de Seul condenou ontem Lee Sang-hoon, segundo principal executivo da Samsung, à prisão por prejudicar as atividades sindicais, violando a lei trabalhista sul-coreana. O vice-presidente da Samsung, Kang Kyung-hoon, recebeu a mesma sentença de prisão por seu envolvimento.

 

A Samsung não quis comentar a decisão judicial nem se vai substituir o presidente do conselho. Ele foi detido imediatamente no tribunal e enviado à prisão. Lee não pôde ser contatado para falar sobre o assunto.

 

Dezenas de outros funcionários, antigos e atuais, de várias unidades da Samsung também foram condenados ontem pelo tratamento dado aos sindicatos. Promotores públicos disseram que executivos da Samsung valeram-se de várias táticas para desencorajar as atividades sindicais, incluindo a ameaça de cortes de salários de funcionários sindicalizados sindicalizados e de tirar contratos de fornecedores favoráveis a sindicatos.

 

O conglomerado Samsung, maior da Coreia do Sul, enfrenta crescentes pressões públicas para rever as relações com os funcionários, depois de décadas de posições contrárias aos sindicatos. Embora não seja uma política oficial do grupo, a Samsung expressou publicamente sua aversão a sindicatos, declarando que “criam conflitos desnecessários”.

 

Ativistas trabalhistas defendiam punições mais fortes contra executivos da Samsung envolvidos na sabotagem aos esforços de organização de atividades sindicais.

 

“O veredicto tem um significado simbólico”, disse Park Ju-geun, chefe de análises de mercado da CEO Score. “A Samsung vai se sentir mais pressionada a melhorar sua cultura empresarial”.

 

O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, tem defendido abertamente o direito dos trabalhadores e buscado melhorar a nebulosa governança dos conglomerados familiares do país, conhecidos como “chaebol”, que dominam a economia sul-coreana.

 

 

Na semana passada, em outro caso que colocou em evidência as falhas de governança, oito funcionários de afiliadas da Samsung foram condenados por destruir evidências relacionadas a uma fraude contábil de US$ 3,9 bilhões na unidade biofarmacêutica.

 

As atividades sindicais da Samsung estão no centro das atenções desde 2018, quando promotores iniciaram uma ampla investigação sobre as acusações de que a companhia trabalhava nos bastidores para atrapalhar a formação de sindicatos. A investigação foi desencadeada pela descoberta de documentos internos supostamente contendo diretrizes emitidas pela Samsung para frustrar os esforços de criação de sindicatos.

 

Há pouca sindicalização nas cerca de 60 unidades da Samsung. Mas há sinais de mudanças nas políticas trabalhistas do conglomerado e a Samsung agora sustenta que permite atividades sindicais legais.

 

 

Em 2018, a Samsung Electronics trocou cerca de 8 mil funcionários terceirizados em uma subsidiária de reparo por funcionários contratados e reconheceu seu sindicato com mil integrantes. Em novembro, funcionários da Samsung Electronics haviam criado seu primeiro sindicato, dentro de uma central sindical sul-coreana, sinalizando um novo capítulo para a história de 50 anos da empresa.

 

A nova condenação chega enquanto a Samsung tenta recuperar sua reputação, abalada por um escândalo de corrupção que envolveu Lee Jae-yong, bilionário herdeiro do grupo, que vai enfrentar um novo julgamento por acusações de suborno.

 

Fonte: Valor Econômico




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