11/12/2018
Um levantamento feito pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) apontam que o número de consumidores incluidos na lista do SPC avançou 6,03% no último mês de novembro na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo o estudo, o país encerrou novembro com aproximadamente 63,1 milhões de brasileiros com o CPF negativado em virtude de atrasos no pagamento de contas.
Segundo a entidade, trata-se do crescimento mais acentuado para o mês nos últimos sete anos. Na variação mensal, isto é, na passagem de outubro para novembro, também houve uma aceleração nos atrasos, com crescimento de 1,9% no período.
De acordo com o estudo, a região que mais contribuiu para a alta da inadimplência foi o Sudeste, cujo crescimento foi 12,5% no período. A região concentra, numericamente, a maior população de inadimplentes no país: 26,72 milhões. Este número representa 40% dos consumidores - a região brasileira em que há mais consumidores com contas em atraso, de modo proporcional à população, é o Norte, com mais de 5,65 milhões de inadimplentes (47% da população da região).
Nas demais regiões, o crescimento registrado foi 2,1% no Sul, que já acumula 8,41 milhões de inadimplentes; 1,6% no Nordeste, onde a soma de consumidores devedores é 17,22 milhões; e 1,4% no Norte. A única região que registrou queda de brasileiros inadimplentes foi o Centro-Oeste, cuja recuo verificado foi 2,7% (a soma de consumidores com o nome sujo na região é 5,09 milhões).
O indicador revela ainda que o crescimento da inadimplência é mais expressivo conforme aumenta a idade do consumidor. O volume de idosos entre 65 e 84 anos chegou a crescer 11,8% no mês de novembro. Entre os consumidores com idade de 50 a 64 anos, o aumento registrado foi 8,5%. Na faixa acima de 85 anos foi 7,7%; entre 40 e 49 anos, 7,1%; e 3,9% na faixa entre 30 e39 anos de idade.
Entre a população mais jovem, a inadimplência apresentou retração em novembro, com a queda de 22,3% entre devedores de 18 a 24 anos e a de 4,0% para os consumidores de 25 a 29 anos.
Outro dado do indicador revelou que as dívidas com instituições financeiras continuam ocupando a maior fatia do total de dívidas que estão em atraso no país: 51% das pendências são devidas a essas empresas. Logo depois vem os serviços de comunicação (15%), crediário no comércio (17%) e contas de água e luz (9%).
Na avaliação do SPC Brasil, apesar de a recessão ter chegado ao seu fim, a inadimplência do consumidor continua elevada, pois a recuperação econômica segue lenta e não se refletiu em melhora nos níveis de renda e nem em queda considerável do desemprego.
O indicador de inadimplência do consumidor reúne todas as informações disponíveis nas bases de dados às quais o SPC Brasil e a CNDL têm acesso. Os dados disponíveis referem-se a capitais e interior das 27 unidades da federação.
Fonte: Agência Brasil
UGT - União Geral dos Trabalhadores