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País tem deflação de 0,31% em abril, a maior desde 1998


08/05/2020

Queda nos combustíveis após crise do novo coronavírus derrubar demanda por petróleo influenciou IPCA

 

A inflação oficial brasileira sofreu os impactos da queda nos combustíveis e terminou abril em queda de 0,31% —ou seja, houve deflação—, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (8).

 

De acordo com IBGE, o resultado significa a menor variação mensal desde agosto de 1998, quando chegou a -0,51%.

 

Os números foram influenciados pela queda de 9,59% nos preços dos combustíveis, com os sucessivos cortes no preço da gasolina e do diesel, após a pandemia do novo coronavírus derrubar a demanda global por petróleo.

 

Por outro lado, o preço de alimentação e bebidas continua em alta (1,79%), reflexo de medidas de isolamento adotadas pelo país para conter a escalada da Covid-19 no país

 

A queda da gasolina exerceu o maior impacto individual negativo no índice de abril, contribuindo para o recuo de 0,47 ponto percentual no IPCA. O produto registrou deflação em todas as 16 regiões pesquisadas pelo IBGE. Curitiba registrou a maior retração, de 13,92%.

 

Já o etanol apresentou queda de 13,51% no total do mês, enquanto o óleo diesel marcou recuo de 6,09%, e o gás veicular de 0,79%.

 

Segundo o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, a gasolina puxou o índice para baixo. "O resultado de abril foi muito influenciado pela série de reduções nos preços dos combustíveis, principalmente da gasolina".

 

No período de coleta dos dados do IBGE, aconteceram dois anúncios de diminuição no preço da gasolina. Em 28 de março, de 5%, e no dia 20 de abril, de 8%.

 

Neste ano, principalmente a partir do mês de março, a Petrobras anunciou cortes no preço da gasolina, em resposta à redução das cotações internacionais do petróleo em meio à escalada da Covid-19 pelo mundo.

 

Em meados de abril, pela primeira vez desde ao menos 2005, a gasolina estava sendo vendida nas refinarias da estatal por menos de R$ 1 por litro, considerando a correção dos valores históricos pela inflação.

 

De acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), em abril, o preço da gasolina nas bombas já havia caído 10% em 2020, para um valor médio, no Brasil de R$ 4,095 por litro.

 

Em contrapartida ao aumento dos combustíveis, o preço dos alimentos segue aumentando, com a maior contribuição positiva no IPCA de abril, em 0,35 ponto percentual. O registro é resultado de alta de 1,79% no setor de alimentação e bebidas.

 

Reflexo do isolamento social, que tem deixado parte do país em casa durante a quarentena, a alimentação no domicílio aumentou de 1,40% em março para 2,24% em abril, segundo o IBGE.

 

"Há uma relação da restrição de oferta, natural nos primeiros meses do ano, e do aumento da demanda provocado pela pandemia de Covid-19, com as pessoas indo mais ao mercado, cozinhando mais em casa", disse o gerente da pesquisa.

 

Os destaques ficaram para as altas na cebola (34,83%), batata-inglesa (22,81%), feijão-carioca (17,29%) e leite longa vida (9,59%). Por outro lado, as carnes apresentaram queda (2,01%) pelo quarto mês seguido.

 

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) marcou deflação pela primeira vez em 2020, a primeira desde setembro de 2019, quando os preços dos alimentos recuaram e ajudaram a derrubar a inflação daquele mês.

 

Em março deste ano, impulsionado pela alta no preço dos alimentos, o índice oficial de inflação do país havia ficado em 0,07%, contra 0,25% do mês anterior.

 

Fonte: Folha de SP




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