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Filme ‘Abraço’ é história de resistência contada pelos próprios personagens


15/10/2020

De 22 de abril a 7 de maio de 2008, os profissionais da educação da rede pública em Sergipe fizeram um movimento em defesa de direitos. Basicamente, o direito à progressão na carreira, ameaçado judicialmente. Essa história, que mobilizou trabalhadores de todo o estado, chegou ao cinema. Concluído no ano passado, quando fez um roteiro de festivais, o filme Abraço será lançado nesta quinta-feira (15), justamente o Dia do Professor.

Dirigido por DF Fiuza, o longa foi bancado com recursos do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica da Rede Oficial do Estado de Sergipe (Sintese). A entidade representa 12 mil professores, da ativa e aposentados, do estado e dos municípios, à exceção de Aracaju. “Com poucos recursos, mas com muita paixão”, diz a presidenta da entidade, Ivonete Cruz. Professora desde 1988, ela dá aulas de História no ensino médio. E participou do movimento retratado na tela.

Para Ivonete, o filme, “uma construção coletiva”, traz a história do ponto de vista do trabalhador e contada por seus protagonistas. “Todos os 500 figurantes são professores que viveram aquela história”, lembra a docente.

‘Abraço’: resistir é possível

E o filme ganha ainda mais relevância em um momento de “desmonte” generalizado, acrescenta, citando as “reformas” trabalhista e da Previdência, já implementadas, e administrativa, em discussão no Congresso. “Abraço é um filme que tem como pretensão mostrar que é possível fazer a resistência. Que seja um processo de motivação para trabalhadores e trabalhadoras.”

A obra também celebra os 40 anos da entidade, criada em 8 de setembro de 1977 ainda como associação. O sindicato surgiu em 17 de setembro de 1988. As filmagens de Abraço, que tem como subtítulo A única saída é lutar, começaram em janeiro do ano passado. A intenção era promover a estreia ao público em 1º de maio deste ano, mas a pandemia postergou os planos.

Luta contra desmonte

O título remete a uma passagem do filme. “Uma das cenas mais fortes”, comenta Ivonete. Ela escolhe como “ápice” do longa o momento em que milhares de professores se concentram diante do Tribunal de Justiça de Sergipe. “Foi uma luta muito intensa. Caso o Judiciário vencesse essa tese, teríamos um desmonte total. A carreira do professor é construída pela formação.”

Na época, o estado era governado por Marcelo Déda (PT), que havia tomado posse no ano anterior (2007). “O governo tentou manter uma posição de neutralidade, atribuindo a decisão a uma posição jurídica e não política”, avalia Ivonete. “Tivemos uma relação ‘dialogável'”, afirma, sobre as relações com o Executivo estadual. “Tivemos avanços e também momentos de luta, com greves e enfrentamento.” Déda foi reeleito, mas morreu durante o segundo mandato, em 2013.

O filme “Abraço”: ficção e realidade

O roteiro tem um tom ficcional, embora trate de um assunto real. Giuliana Maria é Ana Rosa, um professora dividida entre o ativismo e a rotina doméstica. Ela sofre, inclusive, oposição da família por querer participar de atividades sindicais. Mineira de nascimento, Giuliana começou a estudar teatro justamente em Sergipe. Formou-se na Escola de Arte Dramática (EAD) da Universidade de São Paulo (USP).

Ela foi premiada como melhor atriz no Cine PE em 2019 por sua atuação em Abraço – que por sua vez foi escolhido o melhor filme pelo júri popular. Outro prêmio foi para a trilha sonora original, de André Abujamra e Eron Guarnieri. O tema escolhido foi um clássico de Geraldo Vandré, Pra não dizer que não falei de flores (Caminhando), cantado por Chico César.

Exibição e ato público

Trailer do filme Abraço

O elenco traz ainda, entre outros, a atriz Rose Ribeiro, como Margarida, e Flavio Bauraqui (Jorge). Ele é rosto conhecido de filmes como Madame SatãZuzu Angel e Noel.

Abraço será exibido em várias salas e virtualmente (confira abaixo). Os professores farão um ato público na manhã desta quinta, diante do Palácio dos Despachos, sede do governo sergipano. O estado ainda está com as salas de cinema fechadas, Então, como dizem os atores professores, “a saída é lutar”.

Abraço: onde e como assistir ao filme

  • Salvador (Espaço Itaú Glauber Rocha)
  • Rio de Janeiro (Espaço Itaú Botafogo e Cinesystem Bangu)
  • São Paulo (Espaço Itaú Augusta)
  • Brasília (Cine Drive In Brasília)
  • Fortaleza (Cine São Luís)
  • Manaus (Cine Casarão)
  • Ananindeua (PA) (Cinesystem Ananindeua)
  • O filme pode ser assistido ainda nas plataformas digitais www.cinemavirtual.com.br e www.looke.com.br. A partir do dia 29, estará disponível também em plataformas digitais (streaming) como Apple TV, Google Play, Now, Vivo Play e Youtube Filmes

 

 
 
 
 
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