26/06/2017
Falta pouco mais de um mês para os trabalhadores que têm saldo em contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) sacarem seus recursos. Segundo a Caixa Econômica Federal, até o dia 21 de junho, cerca de R$ 37 bilhões foram entregues a 22,1 milhões de beneficiários. O montante representa quase 85% do total de recursos disponíveis, contabilizados de um total de R$ 43,6 bilhões.
Para os próximos dias, a Caixa ainda espera atender até 8 milhões de pessoas. Desde o início das retiradas, 45% dos beneficiários fizeram os saques diretamente na boca do caixa, em uma agência bancária. No entanto, é possível obter o recurso das contas inativas com saldo de até R$ 1,5 mil nos terminais de autoatendimento da instituição com o número do PIS e uma senha que é cadastrada na hora, no caso de não possuir o Cartão do Cidadão. Para valores entre R$ 1,5 mil e R$ 3 mil, será necessário ter o Cartão do Cidadão e a senha.
Nos correspondentes Caixa Aqui e nas Lotéricas, será permitido sacar até R$ 3 mil. Para isso, será preciso apresentar documento de identificação, Cartão do Cidadão e senha. Valores acima de R$ 3 mil serão sacados exclusivamente nas agências, sendo que, no caso de valores superiores a R$ 10 mil, o trabalhador precisará apresentar carteira de trabalho ou documento que comprove a extinção do vínculo com a empresa.
Para o planejador financeiro José Raymundo, o principal destino do dinheiro deve ser a quitação de dívida. Só depois o beneficiário deve pensar em investimento ou em consumo. “Se a pessoa está endividada, precisa negociar com o credor para quitar a dívida. Agora, se a pessoa está desempregada, é difícil abrir mão do dinheiro para o sustento.
No caso do pagamento de débitos, Raymundo sugere que, se possível, o consumidor tente pagar todo o montante, o que abre margem para negociações.
“Se a pessoa vai sacar R$ 5 mil do FGTS e tem uma dívida de R$ 7 mil, é importante que a pessoa tente negociar com o credor. Se o valor da dívida for muito maior, paga-se aquilo que pode e tenta-se rever os juros da dívida e o prazo”, afirma. “O dinheiro do FGTS é um trunfo que o consumidor tem em mãos”, destaca o especialista.
Raymundo acrescenta que mesmo no caso de dívidas contraídas por meio de prestações futuras, como um crédito para a compra de eletrodoméstico ou um automóvel, é uma boa estratégia antecipar o pagamento. Isso vai abrir espaço no fluxo de caixa. “Assim, ele poderá guardar dinheiro. Se o consumidor tiver disciplina, vale a pena essa folga para fazer uma poupança.”
Brasileiro no exterior. Se o tempo já é curto para quem ainda não sacou os recursos do FGTS, para os brasileiros que estão fora do País, a situação é ainda pior. O dinheiro pode ser liberado pela Caixa em até 15 dias após o envio da solicitação de saque, que acontece via serviço consular.
O processo exigido pelo banco no exterior é mais burocrático que no Brasil e envolve agendar uma visita aos consulados do governo brasileiro e seguir uma série de orientações.
A analista de comércio exterior Lilian Ponchio, por exemplo, mora em Londres e conta que nem considerava mais conseguir sacar seu FGTS. Todo processo levou cerca de 30 dias. Ela explica que quando o consulado do governo abriu processo de solicitação, em março, ela conseguiu agenda apenas para abril e 17 dias após o envio da solicitação, recebeu um e-mail da Caixa informando que o saque estaria disponível a partir de maio.
Lilian entrou em contato com a Caixa para saber se estava tudo certo, mas nunca teve resposta. O dinheiro foi depositado, mas Lilian não tem certeza se o valor corresponde a todos os recursos disponíveis ou se havia alguma conta bloqueada. “Não fazia ideia do meu saldo, que nunca foi informado”, diz.
Fonte: Estadão
UGT - União Geral dos Trabalhadores