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UGT Press 605: Ciberespionagem, um negócio em ascensão


10/04/2018

CIBER: como utilizamos muitas palavras iniciadas com “ciber” no número passado, convém explicar melhor. “Cyber” é o diminutivo da palavra “cybernetic”. Aportuguesando, encontraremos ciber e cibernética como “local que possui uma grande concentração de tecnologia avançada, em especial computadores, internet, etc.” É crescente a utilização do termo ciber, formando uma infinidade de palavras em várias línguas, incluindo o português, com amplo predomínio do inglês, de onde a maioria deriva. É uma espécie de prefixo que dá significado às palavras que hoje fazem parte da linguagem da informática, dos computadores, da internet e do mundo virtual. Voltamos ao assunto porque a “ciberespionagem” é um negócio em ascensão que se utiliza dos hackers, de programas sofisticados, existindo até empresas e grupos de pessoas dedicadas a essa nova forma de buscar informações e ganhar dinheiro. Você ficaria surpreso se soubesse que o Brasil já tem a sua especialidade nesse estranho mundo. Veja a próxima nota.

 

POSEIDON: no início de 2016, uma notícia no “O Globo” chamou a atenção dos internautas brasileiros: “Ciberespionagem com jeitinho brasileiro”. No universo hacker, o Brasil é conhecido na área dos “malwares bancários” (veja explicação abaixo). Diz a matéria, assinada por Sérgio Matsuura: “Batizado como Poseidon, é o primeiro grupo conhecido de ciberespionagem criado no país, e chama a atenção de especialistas por ter características que fogem do padrão, que incorpora o chamado “jeitinho brasileiro”. Dimitry Bestozhev, diretor da Karspersky Lab (empresa especializada em antivírus e segurança na internet), confirmou: “Temos certeza que o programador é brasileiro e a sede do grupo é no país. A programação usa diferentes linguagens, é muito híbrida. Tem o jeitinho brasileiro”. Há suspeita de atuação do grupo em vários países e várias companhias podem ter sofrido prejuízo. Ora, se há um negócio irregular crescendo no mundo, como os brasileiros poderiam ficar de fora? 

 

MALWARES BANCÁRIOS: “malware refere-se a qualquer tipo de software malicioso que tenta infectar um computador ou celular”.  Este é o tipo de ação preferida pelos cibercriminosos (olha aí outra palavra) brasileiros. O Brasil é um dos países com maior número de contas correntes, com mais de 90 por cento da população possuindo conta bancária, aberta com o número único de CPF (Cadastro de Pessoas Físicas). Então, é comum a infiltração em sua conta ou cartão de crédito. Eles utilizam também outros documentos, como o IPVA ou a nota fiscal paulista. Cada vez mais os bandidos estão se especializando e não são do tipo que te aborda na esquina ou que assalta a sua casa. É gente estudada, bem formada, treinada em informática, com razoável grau de educação e cultura. É possível ver a extensão disso na internet, onde há muitas informações a respeito. Um dos sites afirma: “o crescimento do uso de internet banking levou os cibercriminosos a investir em ataques que infectam a máquina das vítimas para roubar credenciais e, consequentemente, dinheiro”. Esses cibercriminosos monitoram com programas especiais a digitação das teclas, redirecionam suas correspondências para sites falsos, controlam conexões de navegadores com servidores, imitam os comunicados oficiais e, incrível, são capazes de burlar as proteções adicionais de segurança. 

 

MAS, NÃO É SÓ ISSO: durante cerca de um século as companhias telefônicas podiam ajudar os governos com escutas, mas o serviço era manual e os cabos conectados à mão. Depois, as chamadas eram gravadas em fitas. Mas, enfim, veio o computador e com ele um progresso sensacional. Como toda coisa boa, também este progresso trouxe os seus problemas e alguns deles são impressionantes. Quando você usa o computador ou o telefone, alguém pode estar lendo ou ouvindo ou, simplesmente, gravando para depois tomar suas providências nocivas. Pode ser um governo estrangeiro, um hacker, um terrorista, um assediador ou um criminoso comum atrás de sua conta bancária. Ninguém está a salvo. Christopher Soghoian (pesquisador e ativista da privacidade, trabalha no Congresso dos Estados Unidos) afirma: “Precisamos proteger nossas ligações telefônicas. Precisamos proteger nossas mensagens de texto. Eu quero que vocês usem essas ferramentas, e que vocês digam aos seus entes queridos e colegas, usem essas ferramentas de comunicação criptografadas. Não apenas as usem porque elas são baratas e fáceis, mas usem-nas porque são seguras” (palestra em ted.com). Uma esperança, por enquanto!




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