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UGT Press 592: Desigualdade de pobreza como opção política


12/12/2017

MARC MORGAN MILÁ: o economista e pesquisador irlandês, Morgan Milá, formado em Dublin e doutorado em Paris, esteve no Brasil a convite do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e entre outras coisas, falou que a desigualdade brasileira é uma escolha política. Também mostrou que nossa desigualdade, entre 2001 e 2015, não caiu tanto quanto se propalou. Em entrevista de página inteira na Folha de São Paulo (24-09-2017), ele foi taxativo: “O grupo dos 10% mais ricos tem cerca de 1,4 milhão de pessoas, com renda anual de R$ 287 mil. O 0,1% mais rico reúne 140 mil pessoas com renda mínima de R$ 1,4 milhão. Enquanto isso, a renda média anual de toda a população é de R$ 35 mil. É uma discrepância muito grande. Esse é o ponto importante no caso brasileiro: a concentração do capital é muito alta”. 

IBGE: o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirma que, apesar de a concentração de renda no país ser alta, entre 2005 e 2015, houve diminuição. Segundo essa amostragem, extraída da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), em 2005 os 10% mais ricos chegavam a 45,3% da população e, em 2014, alcançavam 40,5%. O IBGE afirmou que “a desigualdade caiu também analisando sob a ótica do índice de Palma, que compara a evolução do décimo superior com o conjunto dos quatro décimos inferiores. Em 10 anos, o indicador passou de 4,1, em 2005, para 3,0 em 2015”.

 

ESCOLHA POLÍTICA: o que impressiona na fala do professor Marc é que ele afirma ser o Brasil um “animal diferente”, provavelmente o terceiro país mais desigual do mundo e que “todos os governos brasileiros das últimas décadas têm responsabilidade por isso”. Acrescentando: “ A história recente indica que houve uma escolha política pela desigualdade e dois fatores ilustram isso: a ausência de reforma agrária e um sistema que tributa mais os pobres. Para nós, estrangeiros, impressiona que alíquotas de impostos sobre herança sejam de 2% a 4%. Em outros países chega a 30%. A tributação de fortunas fica em torno de 5%. Enquanto isso, os mais pobres pagam menos de 30% de sua renda via impostos indiretos sobre luz e alimentação”.

 

 

MEDIDAS DE TEMER: o economista também adverte que as medidas de austeridade econômica do presidente Michel Temer “tendem a elevar ainda mais a desigualdade no Brasil”. Mas, sabemos que desde sempre os governos brasileiros facilitaram a concentração de renda, penalizaram a educação e a saúde, praticamente proibindo os pobres de se elevarem socialmente. Agora, com a direita no poder, pode-se adivinhar que novas medidas de favorecimentos aos mais ricos serão tomadas. Exemplo marcante foi a escandalosa Portaria do Ministério do Trabalho, dificultando a fiscalização do trabalho escravo no Brasil, outra nódoa que temos historicamente.




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