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Agenda ambiental ideológica atrapalha agroindústria brasileira, diz Huck


04/08/2020

Provável candidato ao Planalto em 2022, apresentador defendeu vocação agrícola nacional

 

A agroindústria brasileira está sendo prejudicada por uma agenda ambiental equivocada, “mais ideológica do que realista”, afirmou o apresentador de TV Luciano Huck nesta segunda (3) durante live com o sócio sênior do BTG Pactual, André Esteves.

 

Cotado como possível candidato ao Planalto em 2022, Huck defendeu na conversa que o Brasil pode ser uma potência verde apoiada em uma agroindústria sustentável.

 

A agenda ambiental é um dos pontos frágeis do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Recentemente, o país tem sofrido pressão de investidores estrangeiros e empresários em razão da deterioração de indicadores de preservação ambiental, como aumentos recordes de desmatamento na Amazônia e desmonte da legislação de proteção.

 

“Estamos saindo da cadeia de investimento. Temos que romper radicalmente com essa dicotomia reducionista, com essa ideia de que existe litígio entre economia e meio ambiente. Não tem. As agendas não são antagônicas”, afirmou.

 

Na conversa com Esteves, transmitida pela YouTube, Huck defendeu um redirecionamento da Zona Franca de Manaus para a produção de biotecnologia em vez de eletrodomésticos e eletrônicos, como acontece hoje.

 

“Eu duvido que o Brasil, no espaço de uma geração, consiga produzir brinquedos mais baratos que a China, eletrônicos mais competitivos que Taiwan, mas nenhum país do mundo tem nossa vocação agrícola”, afirmou.

 

Para o apresentador, a pandemia abre caminho para o crescimento dessa estratégia, com maior interesse nos temas de sustentabilidade e meio ambiente.

 

Em outra crítica ao governo atual, Huck afirmou que o que aconteceu no campo da educação no Brasil durante o último um ano e meio --ou seja, ao longo do mandato de Bolsonaro-- “não dá”. “Prometi que não ia fulanizar a conversa, mas nesse tema [da educação] não dá”, disse.

 

O apresentador defendeu que a educação deve estar “acima de ideologias”. Tanto Huck como Esteves apontaram a área como principal ferramenta para superação da desigualdade social no país.

 

Na visão dos dois, só será possível falar em meritocracia se todos --sejam ricos ou pobres-- tiverem acesso ao mesmo conteúdo com a mesma qualidade. Nesse sentido, Huck defendeu medidas como a introdução de ferramentas de tecnologia e conexão para a rede pública de ensino, bem como a avaliação de desempenho de professores.

 

Nenhum dos dois, no entanto, abordou como a discriminação racial e de gênero afeta essas oportunidades, para além da desigualdade social, apesar do protagonismo que essas temáticas têm ganhado no debate público recentemente.

 

O papel social da elite econômica foi outro tema abordado pelo banqueiro e pelo apresentador de TV. Esteves dividiu o topo a distribuição entre os 5% mais ricos, que teriam travado a reforma da Previdência e agora dificultam a administrativa, e o 0,1%, grupo que poderia ajudar a sociedade de maneira significativa em frentes como a ambiental, a educação, a arte e a cultura.

 

Nesse aspecto, os dois criticaram a tributação sobre doações, que deveriam ser isentas de imposto, defendendo em seu lugar uma carga maior sobre heranças. A reforma tributária é uma das prioridades do Congresso e do governo para o segundo semestre.

 

Fonte: Folha de SP




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