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Trabalho traz mais satisfação que as conquistas pessoais


16/01/2020

Com pouco tempo para as relações afetivas, recompensa vem do alcance de metas profissionais

 

A satisfação dos executivos brasileiros, homens e mulheres, está mais relacionada à conquista de metas do lado profissional do que na vida pessoal. Com jornadas longas e menos tempo para se dedicar a assuntos pessoais, eles parecem acreditar no retorno mais rápido do investimento de energia na carreira do que nas relações afetivas.

 

Esses dados fazem parte de uma ampla pesquisa com 538 executivos do alto escalão realizada pela consultora Betania Tanure nos últimos dias de 2019. “Existe um grande descompasso hoje entre o lado pessoal e o profissional”, diz. O reconhecimento no trabalho aparece logo, na forma concreta de promoções e recompensas financeiras, segundo ela. As questões familiares e de relacionamento já são bem mais complexas, pois requerem um tempo de qualidade para formação de relações mais fortes. “Só cinco minutos por dia com o filho não vai ser o suficiente para criar vínculo afetivo e trazer satisfação imediata e concreta como o trabalho pode oferecer.”

 

Para 70% dos entrevistados, o que traz mais satisfação na vida é a conquista de metas no trabalho, enquanto a convivência com familiares fica em 67% para mulheres e em 68% para os homens. Elas estão mais satisfeitas com a saúde e hábitos alimentares, embora apenas metade cuide efetivamente desses aspectos. As executivas também estão mais felizes com o número de amigos com os quais convivem.

 

Em relação ao tempo disponível para si próprios, ninguém parece satisfeito. Apenas 33% das mulheres e 28% dos homens dizem ter esse espaço na agenda. Isso porque as jornadas médias, nos dois casos, têm sido de 11 horas diárias para a maioria -além do trabalho realizado em casa, uma vez que 80% atendem celular e mensagens de WhatsApp fora do expediente.

 

Essa realidade se transforma em um dos maiores temores de executivos e executivas em relação à vida: o desequilíbrio entre o lado pessoal e o profissional é uma preocupação que atinge 47% das mulheres e 42% dos homens. No caso delas, o medo se alastra para questões familiares (61%), doença (58%) e relação afetiva com o parceiro (25%).Mesmo assim, as questões profissionais são as que mais tiram o sono das mulheres. Em primeiro lugar na lista de preocupações aparece a falta de desafios (61%), seguida pelo temor de perder a empregabilidade (36%).

 

Os homens, do lado profissional, temem não incorporar as transformações do mundo digital (48%) e, do lado pessoal, a grande preocupação é com o futuro dos filhos (61%).

 

O maior estresse funcional (que em intensidade moderada ajuda a aumentar a eficiência) relativo à vida pessoal ainda fica com elas - 43%, contra 38% dos homens. Esse percentual se repete em relação à vida profissional das mulheres. Mas quando se compara ao estresse disfuncional (que pode levar a doenças) na vida profissional, os homens estão na frente, com 51% contra 14% das mulheres.

 

Conciliar a carreira e a maternidade ainda parece ser uma questão a ser resolvida para as mulheres. Enquanto 45% dos homens afirmam ter dois filhos, apenas 32% das mulheres dizem o mesmo, e 38% delas não têm filhos, contra 12% dos homens. Um dos motivos, segundo Betania, é porque o peso da responsabilidade sobre a criação das crianças ainda está com as mulheres. Na pesquisa, 48% dos homens disseram que a mulher fica com os filhos enquanto eles trabalham, e 55% delas têm babás para olhar as crianças quando vão trabalhar.

 

Quando perguntadas se a carreira foi afetada pela maternidade, 65% das pesquisadas disseram que não. “Esse é um reflexo positivo dos tempos modernos”, diz a pesquisadora. Ela lembra que em um levantamento realizado há quatro anos com executivas brasileiras, o maior arrependimento delas era de não terem tido filhos.

 

Quando questionadas se o fato de ser mulher de alguma forma dificultou o desenvolvimento da carreira, metade disse sim. “Houve uma evolução, mas ainda estamos passando por um processo de mudança de comportamentos.”

 

Fonte: Valor Econômico




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