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Seminário internacional da UGT reúne dirigentes de 22 países


04/06/2019

No dia 29 de maio, a Secretaria de Relações Internacionais da União Geral dos Trabalhadores (UGT) realizou, na Federação dos Comerciários de São Paulo, na Praia Grande, litoral de São Paulo, o seminário internacional “O futuro do trabalho: um desafio para os sindicatos”.

 

Realizado em parceria com a CSC (Confederação Sindical Cristã) da Bélgica, OIT (Organização Internacional do Trabalho) e CSI-CSA (Confederação Sindical Internacional – Confederação Sindical dos Trabalhadores das Américas), o evento reuniu cerca de 60 dirigentes sindicais internacionais de 22 países: Alemanha, Argentina, Bélgica, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Espanha, Estados Unidos, França, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Panamá, Peru, Portugal, República Dominicana, Turquia, Uruguai e Venezuela.

 

Na ocasião, além da troca de boas práticas, foram debatidos temas como trabalho, Revolução 4.0, governança das novas tecnologias em benefício da sociedade e os desafios para os sindicatos, neoliberalismo e os desafios da organização de base.

 

Os assuntos foram apresentados por representantes da UGT, OIT, Uni Américas, CSI, CSC da Bélgica, BWINT-ICM, AFL-CIO (USA), UFCW (USA), Solidarity Center e Siemaco.

 

Entre os dirigentes internacionais presentes, estavam: Martin Hahn, diretor da OIT do Brasil; Victor Baez, secretário geral adjunto da CSI; Mathieu Verjans, secretário nacional da CSC da Bélgica; Annick Ruyver, secretária de Relações Internacionais da CSC da Bélgica; Rafael Freire, secretário geral da CSA; Jana Silverman, da Solidarity Center; Marie Seyboth, conselheira para Assuntos de Política Social da Embaixada da Alemanha; Stanley Arthur Gacek, da UFCW (USA); Maribel Batista, da OIT do Chile; Marcio Monzane, da UNI Américas; Nicolás Menassé, secretário para América Latina e Caribe do BWINT–ICM; Brian Finnegan, da AFL-CIO (USA); Georgina Bruno, da WSM da Bélgica; Isamar Escalona, da CSA; Merita Yildiz, da HAK-IS; Mehmet Emin Esen, da Memursen; Daniel Kahrs, da CTA da Argentina; Joseba Echebarria, da UGT da Espanha; e Javier de Vicente, da USO Espanha.  

 

A UGT foi representada por Ricardo Patah, presidente nacional; Chiquinho Pereira, secretário de Organização e Políticas Sindicais; Laerte Teixeira, secretário de Políticas Sociais da CSA e vice-presidente da UGT; Salim Reis, vice-presidente; Lourenço Ferreira do Prado, secretário de Relações Internacionais; Sidnei de Paula Corral, secretário de Integração para as Américas; Moacyr Pereira, tesoureiro da UGT e presidente do Siemaco-SP; entre muitos outros secretários, presidentes das UGTs estaduais, dirigentes e sindicalistas filiados.

 

“Neste momento difícil pelo qual passa o movimento sindical, debater a Revolução 4.0 é de suma importância. Não podemos ir contra a tecnologia, mas temos que nos adaptar a ela. Basicamente, a UGT hoje representa as categorias de comércio e serviços, que serão as mais afetadas pela Revolução, especialmente considerando que já temos 13 milhões de desempregados. Mas, de forma conjunta e solidária, com trocas como esta que estamos vivenciando com os parceiros internacionais, vamos ultrapassar as adversidades e construir um caminho de superação”, disse o anfitrião Ricardo Patah. 

 

“Precisamos da experiência, da solidariedade e do apoio dos outros países para passar por essa fase”, reiterou Lourenço Prado.

 

Stanley Arthur Gacek também abordou a importância do intercâmbio: “A solidariedade entre os sindicatos do Brasil e dos Estados Unidos sempre foi importante, mas, hoje, temos mais em comum do que nunca, só que por razões ruins, como o ataque ao financiamento sindical, às negociações coletivas e aos direitos trabalhistas. Assim, temos que ser políticos, atingir as políticas públicas para enfrentar a Revolução 4.0 e usar a tecnologia a nosso favor”.

 

Este também é o caminho sugerido por Victor Baez: “Precisamos focar nas políticas públicas necessárias para enfrentar o futuro do trabalho. Afinal, que futuro teremos se os direitos trabalhistas estão sendo cortados no mundo todo?”.

 

É o que pondera Nicolás Menassé, ao afirmar que “as novas propostas de relações de trabalho encontram dificuldade para passar quando os sindicatos são atuantes, por isso a reforma trabalhista ataca essas entidades. O que querem é tirar os direitos dos trabalhadores”.

 

Voltando ao papel da solidariedade para superar as adversidades, Mathieu Verjans disse: “A troca com outros sindicatos é muito importante e falar sobre o futuro do trabalho é fascinante porque é algo relevante a todas as áreas em todos os países. Não devemos aceitar o alarmismo sobre a inovação tecnológica. Os empregos continuarão a existir, incorporando os ganhos tecnológicos. O que precisamos é convencer os trabalhadores a agirmos juntos, porque a solidariedade funciona”.

 

E, para convencer, é preciso informar e formar, como salientou Chiquinho Pereira: “Este seminário é um enorme aprendizado. Guardadas as proporções, a situação do Brasil não está distante do que está acontecendo no mundo. Há uma avalanche de neoliberalismo mundo afora e, infelizmente, chegou a nossa hora. Mais do que nunca, se faz necessária a formação política e sindical. O dirigente precisa entender o que quer mudar e o que pode oferecer para sua base”.

 

Já nos Estados Unidos, segundo Brian Finnegan, a palavra neoliberalismo não é conhecida. “Lá, se fala em globalização corporativa, o que, no fundo, é a mesma coisa.”

 

Para Martin Hahn, é indispensável tomarmos as rédeas das mudanças: “Não sabemos o que vai acontecer, mas sabemos que se não agirmos, não teremos o futuro do trabalho que queremos. É preciso criar um futuro, e não apenas deixar acontecer. Devemos aumentar os investimentos em capacitação e trabalho decente”.

 

Além da capacitação, a negociação coletiva e a proteção social também são fundamentais, de acordo com Marcio Monzane, que afirma: “Ter ou não emprego é uma questão política, e não tecnológica. Por exemplo, diminuir a jornada de trabalho abre vagas. Isso não tem a ver com tecnologia. É uma política de governo. Os empregos serão transformados, mas não exterminados. Será necessário um novo formato de negociação coletiva e os sindicatos terão que pensar em autorreformas. A nova agenda necessária engloba capacitação, negociação coletiva e proteção social e de direitos”.

 

“Nem todos os países seguirão o mesmo ritmo nessa Revolução. Nem mesmo sociedades de um mesmo país. Haverá aumento da terceirização e precisamos lutar para garantir o direito de sindicalização. Não há uma resposta mágica para as adversidades, mas a OIT conta com a Convenção 87, que garante a todo trabalhador o direito de se filiar à entidade que achar pertinente, como a base para esse futuro próximo”, explicou Maribel Batista.

 

Sindicalização também é a palavra de ordem para Moacyr Pereira: “Acredito que, nessa nova ordem, o movimento sindical precisa envolver mais os jovens e as mulheres, dar assistência também aos desempregados, divulgar melhor os serviços que oferece e envolver a sociedade. O Siemaco, por exemplo, já está filiando desempregados”.

 

“Esta é uma excelente iniciativa. Afinal, estar desempregado é uma fase. O sindicalismo precisa, cada vez mais, entender o trabalhador como um todo, não só nas suas 8h de trabalho, mas como cidadão, LGBT, deficiente, pai, mãe etc.”, concluiu Jana Silverman.

 


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