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Crise interna no governo pode travar reforma


15/02/2019

Denúncias envolvendo Gustavo Bebianno põem em risco celeridade do texto que será levado à Câmara no próximo dia 20; tensão se dá no momento em que Planalto define as regras do projeto

 

Diante de denúncias envolvendo o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, a celeridade prometida por Jair Bolsonaro para aprovar a nova Previdência é colocada em xeque. A tensão na cúpula do governo se dá no momento em que o presidente finalizou o projeto da reforma que deve ser enviada dia 20 ao Congresso.

 

A crise institucional instalada no Planalto envolve a denúncia de que Bebianno teria liberado R$ 400 mil do fundo partidário para uma candidata "laranja" de Pernambuco, que concorreu a uma vaga de deputada federal e recebeu 274 votos. Ontem, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, admitiu que dependendo do desenrolar dessa história a aprovação da reforma da Previdência pode ficar comprometida.

 

De acordo com ele, o episódio envolvendo Carlos Bolsonaro – vereador no Rio de Janeiro e que desmentiu a informação de que Bebianno teria falado três vezes com o presidente na última terça-feira – pode sinalizar um problema de comunicação dentro da cúpula do governo.

 

"A impressão que dá é que o presidente está usando o filho para pedir para o Bebianno sair. E ele é presidente da República, não é? Não é mais um deputado, ele não é presidente da associação dos militares", falou. Bebianno, que faz parte de núcleo mais duro no apoio a Bolsonaro, não realizou encontros oficiais ontem, e desviou da imprensa.

 

Nos bastidores, interlocutores do PSL em Brasília sinalizaram que o ministro estava chateado, e que teria dito que “não se dá um tiro na cabeça do próprio soldado”, fazendo menção aos boatos de que Bolsonaro queria Bebianno fora do governo o quanto antes.

 

Ele, no entanto, garantiu que não pediria demissão do cargo. Também parte da ala do PSL mais alinhada ao presidente, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) afirmou que a situação toda é um "constrangimento para todo mundo".No senado, o líder do PSL Major Olímpio (SP), reiterou que Bebianno é de "absoluta confiança" de Bolsonaro e disse que a crise no governo será contornada. "Vejo total possibilidade de [a situação] ser contornada até porque tenho certeza que no momento em que Bebianno conversar pessoalmente com o presidente, tudo ficará esclarecido."

 

Na Câmara dos Deputados, os parlamentares do PSL não trataram em plenário do tema, em um movimento de preservação sobre a questão até que sejam apresentados os rumos que o governo tomará.

 

No Senado, o líder da oposição, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que os partidos vão tentar convocar Bebianno, para se explicar. “Acho que é incompatível a coexistência de um ministro que é chamado de mentiroso por seu chefe.

 

”Investigação Ontem durante evento em Brasília, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, garantiu que serão investigadas suspeitas levantadas envolvendo as candidaturas de fachada do PSL.

 

Segundo ele, essa foi uma determinação do presidente, Jair Bolsonaro. "O senhor presidente proferiu determinação e ela está sendo cumprida. Os fatos vão ser apurados e eventuais responsabilidades após investigações vão ser definidas", disse Moro, sem especificar que casos serão foco das apurações.

 

Na ultima quarta-feira, em entrevista à TV Record, Bolsonaro informou que determinou à Polícia Federal a abertura de inquérito para apurar suspeitas no caso. "Se [o Bebianno] estiver envolvido e, logicamente, responsabilizado, lamentavelmente o destino não pode ser outro a não ser voltar às suas origens", disse Bolsonaro, acrescentando que Moro tem "carta branca".

 

Fonte: Jornal DCI




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