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Com incerteza mundial, investimento dependerá mais de demanda interna


18/01/2019

Diante de crise na Argentina, eventual recessão nos EUA e indefinições na Europa, alavancagem de novos projetos da indústria brasileira ficará sujeita ao aquecimento da economia doméstica

 

A expansão dos investimentos ao longo de 2019 será mais dependente de uma reação maior da demanda interna, tendo em vista que a economia mundial passar por um período de desaceleração.

 

É o que avalia o economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Leonardo Mello de Carvalho “Não teremos tanta ajuda da economia internacional como já tivemos em anos anteriores. Nosso principal mercado de exportação de veículos, por exemplo, a Argentina, está em crise e isso derrubou os indicadores do setor”, diz Carvalho.

 

Em 2018, as vendas externas de veículos caíram 18% contra 2017 (ano em que houve recorde de exportações) e, para este ano, a expectativa é de mais uma retração de 6,2%, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

 

Carvalho lembra que a venda externa de produtos industriais é importante para movimentar os investimentos oriundos da produção de máquinas e equipamentos. Além da Argentina, incertezas políticas e econômicas rondam países europeus e os Estados Unidos (EUA), sendo que a China, nosso principal parceiro comercial, passa por um período de desaceleração.

 

Para Carvalho, o programa federal de concessões de projetos de infraestrutura para a iniciativa privada será um dos fatores fundamentais para alavancar os investimentos do País e a demanda interna.

 

“O impulso da construção civil tem um efeito benéfico para toda a economia. Não só estimula a produção de máquinas, como emprega mão de obra, movimento que estimula a expansão da renda, a demanda por crédito”, diz Carvalho.

 

O Indicador de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, investimento) do Ipea, divulgado ontem, mostra que os investimentos gerados pela construção civil ainda registram um desempenho fraco.

 

De janeiro a novembro de 2018, o setor caiu 0,1% em relação a iguais meses de 2017. O indicador de FBCF também é formado pelo índice de produção de máquinas e equipamentos, o qual, por sua vez, cresceu 4,9% até novembro de 2018, puxado por uma alta de 18,2% na produção de máquinas e equipamentos.

 

A expansão foi impulsionada pelas mudanças ocorridas no regime de tributação do setor de óleo e gás, o chamado Repetro, que inflou os números de 2018. Descontado este efeito, o crescimento de máquinas e equipamentos recua de 18,2% para 13%.

 

Mercado de trabalho

 

Carvalho reforça que o aquecimento do mercado de trabalho interno do Brasil é essencial para manter os investimentos em movimento de alta. Na avaliação dele, já houve uma melhora em alguns aspectos da economia, como a redução da inflação, a queda da taxa básica de juros (Selic) e a redução do endividamento das famílias e das empresas. Esses fatores permitiram até uma recuperação do crédito, o que, por sua vez, movimentou o consumo de bens duráveis.

 

Já as compras de não duráveis e semiduráveis, como alimentos e vestuários, seguem com um desempenho fraco. Segundo Carvalho, a retomada do consumo desses produtos depende do aumento da renda e do emprego. Enquanto os rendimentos reais (acima da inflação) da população estão estáveis, o desemprego atinge 12 milhões de pessoas.

 

Fonte: Jornal CDI




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