03/12/2018
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,8% no terceiro trimestre em relação ao segundo trimestre deste ano, e totalizou R$ 1,716 trilhão, informou nesta sexta-feira, 30, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o terceiro trimestre de 2017, o PIB avançou 1,3%. A alta é a maior desde o primeiro trimestre de 2017, quando houve crescimento de 1,1%.
Para o ministro do Planejamento, Esteves Colnago, o crescimento da economia no segundo semestre dá expectativa positiva para 2019. "Os resultados esperados para o 2º semestre nos dão uma expectativa positiva para 2019. Eles refletem o muito que já foi feito, mas a consolidação dos resultados positivos depende fundamentalmente da continuidade das reformas econômicas", afirmou Colnago, em sua conta do Twitter.
O ministro ressaltou que o crescimento no terceiro trimestre, em linha com as expectativas do governo e do mercado, mostra que o PIB segue trajetória sustentável, apesar de ter sido menos expressivo no segundo trimestre, quando aumentou apenas 0,2%.
"Estamos há quase dois anos com PIBs trimestrais positivos. É o maior resultado desde o 1º trimestre de 2017, quando o País voltou a apresentar taxas positivas de crescimento trimestral da atividade econômica", completou. Colnago destacou o crescimento em todos os setores da oferta e o aumento nos investimentos.
A alta de 6,6% nos investimentos - a formação bruta de capital fixo (FBCF) - foi a maior alta desde o quarto trimestre de 2009, quando os investimentos avançaram 7,1% em relação ao terceiro trimestre daquele ano, no contexto da recuperação econômica após a crise econômica internacional de 2008.
Para analistas, o dado pode ter sido inflado pela mudança nas regras do Repetro, programa de incentivos tributários para a indústria de petróleo e gás, como revelou o Estadão/Broadcast há duas semanas. Com as mudanças, plataformas já em atividade, que estavam registradas no exterior, foram registradas no País, contando como importações. O IBGE confirmou esse efeito, conforme apresentação distribuída a jornalistas.
O PIB do terceiro trimestre mostrou avanço de 10,2% nas importações em relação ao trimestre imediatamente anterior, melhor desempenho desde o segundo trimestre de 2016, quando o avanço foi de 10,6% em relação aos três primeiros meses daquele ano.
Pelo lado da produção, o PIB de serviços, com alta de 0,5% no terceiro trimestre em relação ao segundo trimestre de 2018, teve o maior desempenho desde o segundo trimestre de 2017, quando a alta foi de 0,9% em relação aos três primeiros meses do ano passado.
Já o PIB da indústria, que cresceu 0,4% ante o segundo trimestre de 2018, teve o melhor desempenho desde o quarto trimestre de 2017, quando a alta foi de 1,1% sobre o terceiro trimestre do ano passado. Ainda assim, na contramão do PIB industrial, o segmento de indústria de eletricidade teve queda de 1,1% no terceiro trimestre, na comparação com o segundo trimestre de 2018. Foi o pior desempenho na comparação com trimestres imediatamente anteriores desde o primeiro trimestre de 2015, quando a queda foi de 2,1%.
O resultado do PIB veio igual à mediana (0,80%) das estimativas dos analistas de 30 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, que esperavam de alta de 0,40% a 1,1%.
O IBGE revisou a variação do PIB de 2017: no passado, o Brasil cresceu 1,1% e não 1%, como divulgado anteriormente.
O resultado reflete a revisão da taxa do quarto trimestre do ano passado ante o terceiro trimestre, que saiu de 0% para 0,2%. Já o PIB do quarto trimestre de 2017 ante o quarto trimestre de 2016 saiu de 2,1% para 2,2%. O resultado do terceiro trimestre de 2017 ante o segundo trimestre de 2017 também foi revisado e passou de 0,6% para 0,4%.
O órgão revisou ainda o resultado do PIB do segundo trimestre de 2018 ante mesmo período de 2017, que passou de 1% para 0,9%. Já a taxa de crescimento do primeiro trimestre passou de alta de 0,1% para 0,2% na comparação com o último trimestre de 2017.
De acordo com o economista Fábio Silveira, as revisões de PIBs anteriores ocorre principalmente porque as informações continuam chegando para o analistas mesmo após a divulgação dos resultados. “Os ajustes normalmente são pequenos, para fazer pequenas correções de dados e eventualmente, metodologia. As revisões tornam o resultado mais preciso, mais acurado, e ocorrem em todas as economias do mundo, não são um problema”, explica.
Fonte: Estadão
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