31/10/2018
A taxa de desemprego da economia deu um passinho de nada para trás, no trimestre encerrado em setembro. Ficou em 11,9%, recuando de 12,1% no trimestre anterior, encerrado em junho. Com ajustes sazonais, saiu de 12,2%, nos três meses anteriores, para 12% no que terminou em setembro.
Essa melhora ligeira se deveu a um avanço da população ocupada maior do que a elevação da força de trabalho. Mas o crescimento da população ocupada, mais uma vez, se deu quase integralmente na cada vez mais ampla franja informal do mercado de trabalho. Esse grupo abrange mão de obra no setor privado sem carteira assinada e trabalhadores por conta própria sem registro como pessoa jurídica.
O emprego formal, em que se encontram aqueles contratados com carteira assinada no setor privado, admitidos no serviço público e empreendedores com CNPJ permaneceu estável, quando se compara o trimestre móvel anterior com o encerrado em setembro. Reflexo dessa situação de quase estagnação, a taxa de participação, que relaciona a população economicamente ativa com o total de pessoas em idade de trabalhar, se arrastou quase imperceptivelmente de 61,6% para 61,7%.
Esse quadro evidencia que o mercado de trabalho permanece travado e sanciona a manutenção dos números da subutilização de mão de obra e do desalento no terceiro trimestre do ano em relação ao segundo. No trimestre julho/agosto/setembro, ambos os contingentes se mantiveram praticsmente estáveis na comparação com o trimestre abril/maio/junho.
São hoje, como eram no segundo trimestre, mais de 27 milhões que só conseguem trabalhar em jornadas parciais, inferiores ao número de horas gostariam. Os desalentados, aqueles que, não vislumbrando perspectivas, mesmo desempregados, não estão procurando colocação, continuam somando um exército de quase 5 milhões de pessoas, equivalente a 4,3% da força de trabalho.
Tanto o rendimento médio real habitual quanto a massa de rendimento apresentaram-se, na PNAD Contínua de setembro, igualmente sem alterações, tanto em relação ao ao trimestre anterior quanto ao mesmo trimestre de 2017. Em conjunto com os demais indicadores estagnados, este é um sinal eloquente a reforçar a constatação de que a economia continua a viver uma situação de quase recessão.
Fonte: Estadão
UGT - União Geral dos Trabalhadores