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A Secretaria de Relações Internacionais para as Américas da União Geral dos Trabalhadores (UGT), com apoio do Solidarity Center – AFL-CIO, realizará, nos dias 23 e 24 de outubro, em Palmas, o seminário “REDD na perspectiva dos povos indígenas do Estado do Tocantins: aliança UGT e povos indígenas - Fortalecendo a autonomia”.

O objetivo é sensibilizar as lideranças indígenas sobre o REDD do ponto de vista jurídico, econômico e sociocultural, visando sua participação no processo; trocar experiências com indígenas que estão vivenciando a implementação do REDD; e buscar alternativas para geração de renda e trabalho decente.

Na ocasião, serão realizadas rodas de conversa e palestras sobre REDD, crédito de carbono, ameaças aos povos da floresta, situação do Tocantins e dos povos indígenas, atuação do governo, Convenção 169 da OIT, ecoturismo e etnoturismo, entre outros temas, sempre visando encontrar alternativas ao REDD.

Além de representantes indígenas, participarão dos debates Sidnei de Paula Corral, secretário de Relações Internacionais para as Américas da UGT; Idjawala Rosa Karajá, secretário Nacional dos Povos Indígenas da UGT; Daniel Angelim, da CSA (Confederação Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas); Michael Schmidlehner, pesquisador e ativista do Grupo Dossiê Acre; e o dr. Rubens Brito, subsecretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado do Tocantins.       

REDD significa Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal. De forma sucinta, trata-se de um conjunto de incentivos econômicos desenvolvido no âmbito da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) para recompensar financeiramente países em desenvolvimento por seus resultados de redução de emissões de gases de efeito estufa provenientes do desmatamento e da degradação florestal.

A ideia é que os países que reduzirem o desmatamento recebam créditos e estes sejam vendidos nos mercados internacionais de carbono.

No entanto, a preservação do meio ambiente é um dever e um direito fundamental, ou seja, não deveria ser tratado como um produto com valor monetário, uma mercadoria. Muito menos a partir de negociações “a portas fechadas”, sem a participação da sociedade em geral.

A UGT vem se mobilizando – e este seminário é mais uma ação nesse sentido – para incluir a sociedade como um todo, especialmente a população indígena (que vive, trabalha, cultiva e se alimenta nas florestas), nesse projeto socioambiental, buscando decisões democraticamente sustentáveis.

O REDD é uma imposição externa, que não leva em consideração os direitos das comunidades indígenas sobre as terras e os recursos naturais.

Deve-se compreender que a redução das emissões é inseparável das realidades ambientais, econômicas e sociais das florestas, da população indígena e tradicional e seus territórios.

É preciso orientar, educar, sensibilizar e conscientizar o indivíduo sobre a importância da preservação do meio ambiente para diferentes esferas: econômica, social, de saúde e sobrevivência.