UGT UGT

Filiado à:


Filiado Filiado 2

Notícias

Crise financeira atinge até os catadores de recicláveis


20/03/2009



Os catadores de materiais recicláveis estão sofrendo duplamente com a crise financeira mundial, principalmente no Rio de Janeiro e São Paulo, tido como os maiores centros produtores. Além da diminuição do crédito e da renda, que causou a queda no consumo e, conseqüentemente, na produção de lixo, o preço pago por alguns materiais recicláveis caiu mais da metade.Para o presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores) do Rio de Janeiro, Nilson Duarte Costa essa situação passa a ser preocupante por afetar uma categoria de trabalhadores considerada das mais sofríveis. Infelizmente essa crise atinge agora esse pessoal que procura sobreviver com a coleta e venda de material reciclável mas que teve seus rendimentos reduzidos", diz Nilson.

A queda de rendimento está relacionada à crise internacional que provocou uma queda forte nas cotações de commodities (alumínio, plástico, papel) que são importantes matérias-primas de produtos. O plástico PET, usado em garrafas descartáveis, teve redução de 20% nos preços, segundo a Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet). 86 garrafas pets(refrigerante) corresponde a 1 quilo. Para conseguir um quilo de latas o catador tem que juntar 62 latinhas. 46 caixas de sapatos equivalem a 1 quilo, conforma informações da UGT-RJ.

Para a UGT carioca, todos os trabalhadores são importantes mas os catadores de materiais recicláveis representam aqueles trabalhadores do "fim da linha", referindo-se às tentativas de conseguirem um emprego formal com carteira registrada e outros benefícios constante da legislação. Tem catador na Zona Norte do Rio trabalhado mais de 12 horas por dia para ganhar a metade do que recebia antes. "Em virtude dos efeitos da crise, esses trabalhadores estão sendo envolvidos em cargas horárias excessivas, tendo com isso prejuízos em relação a própria saúde", alertou o presidente da UGT.

Para se ter uma idéia da situação, o quilo do plástico custava 90 centavos, está valendo 60. A latinha de refrigerantes e cervejas, que sempre representou a maior fonte de renda dos catadores, teve se preço reduzido de R$3,50 o quilo para R$1,50. O papelão é vendido a 20 centavos o quilo. Até dezembro do ano passado os catadores conseguiam vender esse mesmo papelão por 50 centavos o quilo. A garrafa PET que era vendida por R$ 1,20, o quilo, agora para vender a 50 centavos tem sido um sacrifício. O presidente da UGT do Rio de Janeiro acha que o governo federal deveria estudar uma forma de assistir esses trabalhadores, já que os efeitos da crise tornaram ainda mais difícil de se auto-sustentar.

Em São Paulo a redução nos preços dos materiais recicláveis causou grandes impactos nos rendimentos dos catadores, e muitos deles estão abandonando a atividade. É o caso da Coopercicla, cooperativa localizada no bairro de Santo Amaro, zona sul de São Paulo (SP). Segundo presidente da entidade, Joacyr Alvez, nos últimos quatro meses 70% dos cooperados deixaram a atividade. "Tínhamos 75 pessoas trabalhando em três turnos de 8 horas, 24 horas sem parar. Agora só temos um turno que está defasado", relatou. "Veja que quadro degradante., Essa gente já optou por catar produtos recicláveis porque não consegue um emprego fixo. E agora abandonam esse trabalho para fazer o que na vida?", conclui o presidente da UGT-RJ, Nilson Duarte Costa."


Categorizado em: UGT,


logo

UGT - União Geral dos Trabalhadores


Rua Formosa, 367 - 4º andar - Centro - São Paulo/SP - 01049-911 - Tel.: (11) 2111-7300
© 2023 Todos os direitos reservados.