24/11/2016
A 4° Plenária Nacional dos Dirigentes Sindicais Comerciários da UGT, evento que reúne sindicalistas de todos os Estados da Federação e está acontecendo entre os dias 23 e 25 de novembro, em Florianópolis, Santa Catarina, iniciou seu segundo dia com importantes palestras que buscam fazer com que os participantes compreendam o atual cenário do comércio frente as novas tecnologias e a ampliação das lojas virtuais.
Gustavo Triani, diretor Regional da Uni Américas Comércio, ministrou os temas ligados a venda on line, mídias sociais e móbiles e celulares. O palestrante enfatizou que se for feita uma pesquisa, mesmo informal, dificilmente será encontrada uma pessoa que não tenha um smartphone e mais difícil ainda será essa pessoa não utilizar whatsapp ou qualquer outra rede social, ressaltando que esse tipo de comunicação está presente a todo momento e é de fácil acesso a todos, o que facilita a entrada de diversos modelos de comércio virtual.
O que num primeiro momento torna-se atraente e uma ótima oportunidade de lucratividade, em louco tempo apresenta suas falhas e se mostra um risco grave para a classe trabalhadora. “Os sites mais visitados do mundo não geram conteúdo e nem empregos, o UBER é um exemplo disso, não contrata motoristas porque todos são autônomos e não tem vínculo com a empresa, as lojas e-commerce não precisam de vendedores, não tem encargos trabalhistas e não paga comissão”, explica Gustavo.
“O sistema e-commerce traz um novo modelo econômico chamado On Demand, que é virtual e baseado em móbiles”, completa Triani.
O professor Fernando Di Giogi, doutor pela PUC e especialista em comércio eletrônico lembrou que o e-commerce está eliminando o monopólio territorial da loja física, mas obriga o lojista a investir compulsoriamente em tecnologia e em propaganda. “Temos que lembrar que no mundo virtual não existe ninguém passando em frente as lojas, o famoso ponto, mas é preciso chamar a atenção do consumidor e como isso é feito, investindo em tecnologia e propaganda, coisa que os pequenos vendedores não fazem, por isso, acabam fechando suas lojas”, disse.
Segundo Di Giogi, a loja virtual acaba entrando num círculo vicioso, pois o e-commerce não encontra barreiras então existe uma infinidade de lojas sendo abertas e tantas outras sendo fechadas. Essas lojas eliminam o emprego das pessoas e comem a renda da população, pois não geram trabalho, com isso o capital financeiro da população cai e ela deixa de gastar em coisas que não são essenciais, assim todo o sistema econômica acaba sofrendo as consequências, inclusive as próprias e-commerce, que perdem faturamento.
Por Fábio Ramalho – Imprensa UGT
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