26/05/2016
A União Geral dos Trabalhadores (UGT) realizou, em São Paulo, uma reunião com os presidentes das UGTs estaduais de diversos estados brasileiros.
O encontro teve como pauta debater rumores que foram veiculados pela imprensa, como o arco de aliança entre a UGT e outras centrais sindicais, assim como esclarecer o posicionamento da Central e os motivos que a fizeram propor um imposto, específico para financiamento da previdência social.
Segundo Ricardo Patah, presidente nacional da UGT, muita coisa que foi veiculada pela grande imprensa é inverídica, principalmente no que se refere a uma possível fusão com a Força Sindical.
De acordo com o Líder ugetista nada é impossível, já que a própria UGT, diferentemente das outras entidades, já é uma instituição que nasceu de uma união entre tres grandes centrais sindicais: Confederação Geral dos Trabalhadores - CGT, Social Democracia Sindical – SDS, Central Autônoma de Trabalhadores - CAT e de um amplo grupo de sindicatos independentes.
Patah ressaltou que diferente do que foi publicado pela imprensa, essa “união ” não passou de uma conversa informal, hoje mais no intuito de fortalecer a ação das centrais em bandeiras de luta unitarias, mas que ao olhar para o futuro, encara com boas perspectivas uma possível união das entidades.
Em relação a defesa da UGT pela criação de um imposto específico para financiamento da previdência, o secretário Geral da Central, Canindé Pegado resumiu em uma frase. “Se eu tiver que me basear pelo que esta escrito nos jornais, falando que a UGT defende a volta da CPMF, sou totalmente contra”.
Pegado ressaltou que novamente os veículos de comunicação publicaram matérias equivocadas, uma vez que a Central defende a extinção do Cofins, imposto que atinge toda a população, sendo mais danoso para aqueles que recebem menos. Substituindo esse tributo pela CPMF e taxação de grandes fortunas para o financiamento da previdência social, principalmente no que se refere a assistência dada a categorias como os rurais e os pescadores.
Patah lembrou que esta é uma discussão que precisa ser feita e, ao apresentar a proposta da CPMF exclusiva e a taxação de grandes fortunas, a UGT busca enfrentar as medidas apresentadas pelo governo do presidente interino Michel Temer, que visa igualar o tempo de trabalho entre homens e mulheres, além da criação de uma idade mínima para pedido de aposentadoria.
“Somos contra essas medidas. Como podemos discutir igualar o tempo de serviços entre homens e mulheres se elas recebem menos que eles, para realizar as mesmas funções, elas são mais assediadas, normalmente cumprem duplas e as vezes triplas jornadas de trabalho”, explica Patah.
O presidente falou também da criação de uma idade mínima para aposentadoria, foi enfático ao defender que a UGT é contrária a essa medida pois representa uma forma de discriminação contra a camada mais pobre da população. “Os pobres serão mais prejudicados por uma medida dessas. Tem muita gente que começa a trabalhar cedo, com 14 anos, isso acontece mais com os mais pobres, na classe média não tem isso, ou eles fazem o possível para que isso não aconteça”, diz.
As duas pautas, tanto a CPMF com taxação de grandes fortunas para a previdência, quanto a questão do arco de aliança com outras centrais foram amplamente debatidas durante todo o dia, contudo os temas voltarão a ser discutidos em reuniões futuras.
Por Fábio Ramalho - Imprensa UGT
UGT - União Geral dos Trabalhadores