11/04/2016
Os trabalhadores enfrentam um momento de desalento e sem perspectivas.
A economia encolheu mais de 10% e o desemprego caminha para atingir cerca de 12 milhões de trabalhadores até o fim do ano.
As razões são várias:
1)A economia não funciona mais. Os índices são todos negativos. O PIB perdeu 3,8% em 2015 e deve diminuir mais 3,7 % em 2016. Já foram fechadas 4.451 indústrias só no Estado de São Paulo e cerca de 100 mil lojas no país, em 2015.
2)É incontestável a falência dos serviços públicos, especialmente os da saúde, que está abandonada e sofre com moléstias que deveriam estar já eliminadas (como o zika vírus, chikungunya, microcefalia, dengue etc.) e os da educação, cujas verbas foram drasticamente cortadas.
3)O sistema político nacional está falido. Imperam o fisiologismo do “toma-lá-dá-cá”; o aparelhamento da coisa pública para fins privados; a partidarização do Estado em torno de um projeto meramente de poder; o clientelismo que favorece grandes grupos e penaliza a população em geral; a corrupção que destrói o Estado (vide Petrobrás falida) e a nação e enriquece os detentores de poder e os grandes empresários do sistema financeiro.
4)Nenhum partido tem proposta para solucionar a crise, mas deixar o quadro como está, é levar o país à depressão e à consequências sociais e políticas imprevisíveis. É necessário, portanto, uma nova governança voltada para um projeto político e econômico que una a nação brasileira para superar a gravíssima crise e retomar o crescimento, o emprego, a renda e o desenvolvimento.
5)Sem uma saída política, dentro da Constituição, o Brasil caminha para uma crise social sem precedentes, que poderá se transformar num quadro que penalizará ainda mais o povo brasileiro.
6)Sem credibilidade política, não há apoio político nem na sociedade nem no Congresso Nacional. Sem apoio político, não há governabilidade. Sem governabilidade, não há planejamento. Sem planejamento, não há investimento. Sem investimento, não há crescimento. Sem crescimento, não há emprego. Sem emprego, não há renda. Sem renda, não há consumo. Sem consumo, não há vendas. Sem vendas, não há fábrica, loja, shopping center, supermercado, boteco ou restaurante que sobreviva. Sem a combinação orgânica desses fatores, não há desenvolvimento.
POR ESSES MOTIVOS, A UGT ENTENDE QUE O FUTURO PRÓXIMO EXIGE:
I.Reforma política e partidária, através de Assembleia Nacional Constituinte exclusiva, negociada amplamente com a sociedade civil organizada;
II.Nova política econômica, capaz de criar um ambiente que dê credibilidade para a retomada dos investimentos com geração de emprego.
III.Imediata liberação dos recursos orçamentários destinados à execução das políticas públicas de saúde, educação, segurança, habitação e transporte.
IV.Retirada imediata dos mais de cinquenta projetos que extinguem ou diminuem os direitos dos trabalhadores.
V.Apoiar medidas legislativas de fortalecimento dos órgãos de estado de combate à corrupção.
Sendo a UGT a 2ª maior central sindical do país, cuja capacidade está na sua forte mobilização, convoca os trabalhadores da sua base e a sociedade civil em todas as localidades, para pressionar a classe política para destravar o ambiente político e exigir a implantação dessas medidas como forma de superar a crise e também apoiar o Ministério Público na ação da lava-jato para que desta forma se passe a limpo nosso país.
São Paulo (SP), 06 de abril de 2016.
União Geral dos Trabalhadores - UGT
UGT - União Geral dos Trabalhadores