ARTIGOS

Anitta e Pabloo Vittar têm sofrido diversos ataques nos últimos dias. Nenhum deles frequenta qualquer playlist de minhas músicas preferidas, mas reconheço o trabalho dessas artistas. 

O que despertam? Erotismo? Sedução? Alegria? Quem tem medo desses sentimentos? A energia que elas irradiam é contagiante e cumprem, neste momento terrível que vivemos, um papel importantíssimo ao convocar as pessoas a defender a democracia. 

Anitta tem sido atacada por dizer que brasileiros gostam de festas e de sexo. Ela só se esqueceu de dizer que só os normais gostam. Atualmente, tem um monte de gente por aí apostando no ódio, na violência, nos funerais. Fico com Anitta. Claro que ela sabe que o Brasil tem tremendas desigualdades. Suas músicas falam disso, seus clips denunciam essa desigualdade. Criticar Anitta por essa declaração é o mesmo que criticar Ary Barroso por “Aquarela do Brasil”, que fala do “mulato inzoneiro”, da “terra de samba e pandeiro” e que tanto nos enche de orgulho. 

Pabllo, por sua vez, estendeu uma bandeira de Lula no Lollapalooza e foi alvo até mesmo de um infame censura por um ministro parcial do STJ. Felizmente, Pabblo não se intimidou e nenhum dos outros artistas recuou. Todos se posicionaram politicamente e, claro, denunciando o verme que ocupa a presidência do Brasil.

A chamada “pauta dos costumes” não é uma pauta dos democratas, de quem preza a cidadania crítica. É pauta dos conservadores que querem a volta da “Marcha da Família” e de tudo que ela representou naquele sombrio 1964, o ano do golpe militar. 

Como cantam os Titãs, “a gente não quer só comida”. A gente “queremos” também diversão e arte. 

Viva Anitta! Viva Pabllo Vittar!

Fora com os conservadores reacionários!

E termino com Kleiton e Kledir:

“Viva a alegria que somos eu tu

E viva o rabo do tatu”.

E quem não gostar... 

Enilson Simões de Moura - Alemão