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Brasil vai negociar ampliação de acordo com México em julho


27/05/2015

Anúncio feito por Dilma em encontro com presidente mexicano prevê que mais produtos tenham tarifa zero

 

Com proposta, que precisa de aval do Congresso, país avança ambições comerciais para além do Mercosul

 

SYLVIA COLOMBO

ENVIADA ESPECIAL À CIDADE DO MÉXICO

 

A presidente Dilma Rousseff e seu colega mexicano, Enrique Peña Nieto, anunciaram nesta terça (26) o início de uma negociação para ampliar o alcance dos acordos que regulam o comércio entre Brasil e México.

 

As conversas, com início em julho, têm como objetivo aumentar a lista de produtos com tarifas reduzidas e tarifa zero que hoje integram a pauta da relação bilateral.

 

Atualmente, esses produtos correspondem a apenas 12% do comércio bilateral. "A ideia é buscar, na medida do possível, a liberalização integral do comércio", explicou o embaixador Antônio Simões, subsecretário-geral de América do Sul do Ministério das Relações Exteriores.

 

O diplomata afirmou que o tratado não interfere na relação do Brasil com os outros países do Mercosul por estar dentro das regras do bloco.

 

O acordo, que terá de passar pelo Congresso, contempla expectativas dos empresários brasileiros que acompanham a presidente.

 

O pedido trazido por eles aos dois governos era de aumentar o número de produtos com tarifa zero --hoje eles são 400 dos 800 que fazem parte dos acordos em vigor. Há interesse dos setores têxtil, de cosméticos, de calçados, agroindustrial e outros.

 

"O México está deixando de comprar do Brasil por causa das tarifas. Queremos mudar isso", disse o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Andrade, citando carros como exemplo.

 

SALTO QUALITATIVO

 

O encontro presidencial ocorreu no Palácio Nacional, na capital mexicana, onde a presidente está em visita de Estado. Nesta quarta, ela será homenageada no Senado.

 

Peña Nieto disse que o encontro é um "salto qualitativo, um novo capítulo" da relação. Dilma concordou: "os acordos elevam nossas relações a novo patamar".

 

A presidente também usou uma citação literária para falar do novo momento dos países. "O mundo muda, quando dois se olham e se reconhecem", verso do Nobel mexicano Octavio Paz (1914-98).

 

Peña Nieto também recorreu à literatura para falar da aproximação dos países, lembrando a amizade da poeta carioca Cecília Meireles (1901-64) com o mexicano Alfonso Reyes (1889-1959).

 

Os presidentes ainda assinaram um acordo de cooperação e facilitação de investimentos, o primeiro com outro país das Américas, que também requer aval legislativo.

 

Em conversa com empresários mexicanos e brasileiros durante a noite, Dilma defendeu o acordo como uma "determinada vontade política de assegurar um ambiente de negócio", e acrescentou que, se aprovado, criaria uma instância para resolver e prevenir controvérsias.

 

Após os pronunciamentos, os presidentes almoçaram com cerca de empresários e políticos locais. Antes da refeição, houve um brinde com caipirinha, feita com cachaça brasileira, e tequila.

 

Dilma lembrou que a Revolução Mexicana (1910) "lançou bases daquilo que queremos para nossos países, que é uma grande classe média" e que o México recebeu muitos exilados dos países do Cone Sul durante a ditadura.

 

 

Fonte: Folha de S. Paulo


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