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FMI: País precisa de aperto maior para domar inflação


13/05/2015

BRASÍLIA, 12 Mai (Reuters) - O FMI (Fundo Monetário Internacional) avaliou que o objetivo do Banco Central de levar a inflação para o centro da meta em 2016 exigirá um aperto adicional na política monetária neste ano, conforme relatório divulgado nesta terça-feira (12).

 

O texto foi concluído em 4 de março, data em que o BC elevou a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, a 12,75% ao ano. Na mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no fim de abril, a autoridade monetária repetiu a dose de alta, levando a Selic a 13,25% ao ano.

 

O documento do FMI serviu de base para apontamentos feitos pela entidade internacional em abril, quando projetou retração de 1% na economia brasileira em 2015 e ressaltou que a retomada do crescimento dependia em grande medida da implementação das medidas de ajuste fiscal anunciadas pelo governo.

 

Nesta terça-feira, o FMI informou que a maior parte das considerações feitas na época se mantém.

 

No relatório, o FMI afirmou que "o necessário realinhamento dos preços regulados e a recente depreciação cambial vão demandar a manutenção de uma política monetária com viés de alta para mitigar os efeitos de segunda ordem sobre outros preços e sobre salários".

 

A mensagem vai ao encontro de discursos do BC na ata do Copom, reiterando compromisso em se manter vigilante para domar a inflação e deixando a porta aberta para nova alta nos juros, na visão de analistas.

 

Em abril, a inflação oficial brasileira ficou pela primeira vez no ano abaixo de 1% na comparação mensal, mas ainda assim em 12 meses atingiu o nível mais alto em mais de 11 anos, a 8,17% - bem acima da meta de 4,5% com margem de dois pontos para mais ou para menos. 

 

Mudanças

Em conversas com funcionários do FMI, as autoridades brasileiras disseram que o ajuste fiscal poderia ser implementado em dois anos, de acordo com o documento do FMI.

 

Nesta terça-feira, a Câmara dos Deputados poderá votar a aprovação da Medida Provisória 664, que altera as regras de acesso a benefícios previdenciários como a pensão por morte. A medida integra o pacote montado pelo governo para economizar recursos e atingir a meta de superávit primário de R$ 66,3 bilhões no ano.

 

Sofrendo com baixa popularidade e alvejado pela tensão entre os dois maiores partidos da coalizão governista, PT e PMDB, o governo viu a MP 665, que endureceu regras para os benefícios trabalhistas, ser aprovada com dificuldade na Câmara na semana passada.

 

O FMI assinalou a necessidade do país em avançar com reformas estruturais.

 

"As reformas estruturais são fundamentais para melhorar a capacidade produtiva da economia, nomeadamente através da redução do custo de fazer negócios e promover o investimento, e para ancorar um crescimento forte, sustentado e equilibrado", disse o Fundo.

 

O FMI citou outras medidas, como a simplificação de tributos como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e PIS/Cofins, acrescentando que autoridades do governo veem grandes benefícios potenciais com a investida, apesar de admitirem que essas alterações levarão tempo pois envolvem negociações complexas com governadores e com o Senado.

 

Autoridades também disseram a funcionários do FMI que o governo não via necessidade imediata de alterar a fórmula de ajuste do salário mínimo com base no Produto Interno Bruto (PIB) e inflação.




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