28/04/2015
Com 1 minuto de silêncio ao Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes de Trabalho (28/04), teve início o segundo dia da III Conferência de Gênero, Raça e Juventude da UGT, nesta terça-feira.
Coordenada pelo secretário da Juventude da UGT, Gustavo Walfrido Filho, a mesa “Juventude no Mundo do Trabalho” debateu “Juventude e Trabalho Decente: Ingressando no Mundo do Trabalho”, que trouxe como convidada Maria Carolina Aragão, oficial de Projeto da OIT – Agenda Nacional de Trabalho Decente para Juventude – ANTD. Convidados para os debates: Tiago Togmere, secretário Adjunto da Juventude da UGT-ES e membro do Conselho Estadual da Juventude do Espírito Santo, e Gustavo Garcia, coordenador do Trabalho Decente, Vida Decente da UGT.
Carolina mostrou a situação da escolaridade dos jovens, a dificuldade de acesso que muitos se deparam para se deslocar até a instituição de ensino, no caso de jovens de zonas rurais, assim como a falta de creches para deixarem seus filhos, impossibilitando o término de seus estudos.
Entre as maiores preocupações vêm mercado e trabalho, saúde e segurança. Carolina explica que a rotatividade é item que muito preocupa os jovens, embora não haja muito respaldo. “O problema da rotatividade no Brasil é associado aos setores da economia, que os contratam e logo os demitem para contratar outros com os mesmos perfis”, o que mostra a falta de compromisso das empresas com os jovens.
Acidentes no trabalho também são bastante elevados na população jovem. Em 2007, pesquisa IPEA aponta que 47% dos acidentes em locais de trabalho foram com os jovens, porque se encontram em postos precários. Embora haja esse registro, as empresas não são mapeadas para ter o levantamento exato de quantos jovens são atingidos. Uma das propostas é ter o CNPJ destas.
Desafios dos jovens no mundo do trabalho foram apontados. Uma das restrições de contratações é referente a população LGBT, onde 33% dessa população é barrada. A população jovem deficiente também entra no cenário de dificuldades. Segundo pesquisa IPEA de 2014, foi apontado que os sindicatos se afastaram dos jovens. Eles só têm conhecimento da organização sindical durante o processo de contratação.
Tiago Togmere reforça a necessidade de se cobrar as políticas públicas para a Juventude. Como alternativa para aproximação do meio sindical, é o movimento sindicalista ir até a juventude e fazer um debate, seja nas escolas, nas ruas, mas que seja defendido pela UGT. Outro ponto levantado foi a necessidade da comunicação da UGT fazer a aproximação com os jovens por meio das mídias sociais.
Redução da maioridade penal, tema do qual a juventude da UGT se coloca contra, por mostrar que isso não acaba com a impunidade, a alternativa é trabalhar a inserção dos jovens, uma vez que os jovens no meio dos bandidos, terão como modelo a bandidagem, ressalta Togmere sobre a necessidade da presença do Estado e o amadurecimento desse debate. Gustavo Walfrido atenta para as leis penais que devem ser reformuladas e respeitadas, não excluindo a devidas punições.
Educação de tempo integral também foi abordada como ações trabalhadas no Espírito Santo, estado de atuação Togmere. Ele argumenta que tirar os jovens da rua é uma forma de tirar da vida marginal, embora seja necessário ainda estudar melhor isso. Carolina pontua a importância de o jovem receber essa educação integral na sua formação. Muitas vezes, mostrou ela, esses jovens estão em casa sozinhos, e é uma oportunidade de ajudá-los na preparação. “Que a escola seja um espaço de debates no papel de formadora”, defende ela.
Gustavo Garcia reforçou a questão da educação. Em reunião coma OIT foi abordada a educação do cidadão para o mercado de trabalho. Porque o jovem ao terminar os estudos, vai despreparado enfrentar o mundo do trabalho, desconhecendo seus direitos como trabalhador. Assim como os movimentos. “O movimento sindical deveria parar de ignorar o movimento estudantil e haver uma unicidade entre os dois”, pondera.
A rotatividade no trabalho é um fenômeno mundial, aponta Garcia. A Grande oferta de vagas de emprego não se traduz em empregos decentes, o que se vê são salários próximos aos patamares mínimos e o jovem no sabe o que fazer, descobrindo o sindicato quando e demitido. Nenhum jovem entra em contato com os sindicatos. Daí a a urgência de começar a trabalhar o jovem quando ele ainda não é trabalhador.
Garcia chama atenção para a necessidade de olhar para o emprego do jovem, seja naqueles que estão nas multinacionais seja aqueles que estão em pequenas empresas ou trabalhos informais, o emprego da juventude deve ter um melhor cuidado.
Também levantou a questão da conscientização de líderes ao trabalho decente. E a UGT tem em seu papel ser a central que impulsionará essa pauta a ser trabalhada no País. E deu como dica, acessar o www.oitbrasil.org, para acmpanhar os indicadores de trabalho decente.
Mariana Veltri – imprensa da UGT
UGT - União Geral dos Trabalhadores