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Encontro Estadual busca impedir formação de exército de mutilados e inválidos


16/04/2015

Duas mil pessoas vão se encontrar em Chapecó-SC dia 28 para pedir saúde e segurança no trabalho

 

Nos últimos quatro anos o número de notificações de acidentes e doenças do trabalho cresceu 325% na macrorregião Grande Oeste. No ano passado oito trabalhadores morreram vitimas de acidentes de trabalho. Santa Catarina ocupa o primeiro lugar no ranking nacional de doenças e acidentes no trabalho. No Estado os trabalhadores adoecem 48% a mais que a média nacional. Já o Brasil está na quarta colocação em nível mundial.

 

O movimento sindical e instituições ligadas à área atuam sistematicamente para impedir o crescimento dos números apontados pelas estatísticas, mas o cumprimento da missão, apesar da insistência, tem se mostrado difícil. A irresponsabilidade e o não cumprimento de leis são os responsáveis pela evolução do volume de doenças e acidentes, causados pela indiferença do processo produtivo.

 

Para chamar atenção e promover enfrentamento a esta grave situação, Chapecó vai sediar dia 28 deste mês o Encontro Estadual do Movida - Movimento em Defesa da Vida, Saúde e Segurança da classe trabalhadora catarinense. O ato público deve reunir mais de dois mil líderes sindicais, trabalhadores e autoridades na Praça Coronel Bertaso, após caminhada pela Avenida Getúlio Vargas, a partir das 9 horas.

 

Durante a pacífica manifestação os organizadores apresentarão propostas de apoio e assistência à saúde do trabalhador. Envolvendo as mesmas áreas, serão assinados protocolos de trabalho. O Movida defende pelo menos 15 propostas de proteção ao trabalhador, cuja efetivação é competência dos governos Federal e Estadual, Assembleia Legislativa e setores econômicos. Duas das proposições pedem a criação da Secretaria Estadual do Trabalho e Lei Estadual de Saúde do Trabalhador. Todas as ações envolvem os Ministérios Público do Trabalho, do Trabalho e Emprego e da Previdência Social, para fiscalizar e punir os infratores.

 

Idade tenra - O tema adotado “Trabalhar para Viver, Não para Morrer” evidencia o objetivo central do ato público, promovido por instituições e centrais sindicais como Fetiesc, CNTI, UGT, CTB, NCST, CNTQ, Contricom e União Sindical. O encontro vai mostrar e alertar para o problema “que provoca o adoecimento de 10% da população ativa”, observa o presidente da Federação Estadual dos Trabalhadores nas Indústrias, Idemar Antônio Martini. Acrescenta que “o mais lamentável” é que a maioria das “vítimas” está na faixa etária entre 30 a 40 anos.

 

As cidades com mais acidentes são Joinville, Blumenau, Florianópolis, Chapecó e Itajaí. A atividade mais insegura continua sendo a agroindústria com quase 2.000 afastamentos. Setores têxteis e comércio varejista complementam a relação. Em Chapecó, mais de 1,2 mil ações judiciais colocam o Município como líder no ranking estadual envolvendo este tipo de processo.

 

As normas vigentes “são vagas e insipientes” condena a presidente do Siticom (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Chapecó) Izelda Oro. Ela não tem dúvida que por isso “é preciso agir com mais vigor e evoluir”. A organização do evento reforça, em forma de alerta, que persistindo o atual ritmo de crescimento dos acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, um exército de mutilados e inválidos será formado no país.

 

Fonte: Assessoria de Imprensa Siticom


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