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TRT vai julgar dissídio coletivo dos trabalhadores da limpeza urbana


07/04/2015

A completar duas semanas da greve dos trabalhadores da limpeza urbana em centenas de municípios paulistas, os sindicatos da categoria conseguiram firmar acordo com empresas de mais de 20 cidades. No entanto, sem acordo com o sindicato patronal, que representa a totalidade dos empregadores, o TRT deverá vulgar o dissídio coletivo para garantir a melhoria salarial de milhares de profissionais e pôr fim à paralisação. Enquanto isso, novos municípios aderem à greve.

 

Na última terça-feira (31), o sindicato que representa o ABC fechou acordo com as empresas que prestam serviços aos seis municípios do ABC Paulista em 9,5% de reajuste e retornaram ao trabalho. Em seguida, os sindicatos que atendem os municípios de Osasco, Carapicuíba, Piracicaba, Bauru, Taubaté, Limeira, Suzano, Embu das Artes, Cotia, Presidente Prudente, Itapevi, Botucatu, Itanhaém, Paulínia, Mogi Mirim e Votuporanga também encerraram a greve por fecharem acordo aos 9,5% de reajuste.

Na tarde de segunda-feira (6), aconteceu uma nova audiência de conciliação na sede do TRT-2, no centro de São Paulo, mas sem avanços por parte do sindicato patronal (Selur), ficando a critério do TRT o julgamento do dissídio coletivo.

 

Nesse sentido, foi concedido um prazo de 24 horas para que a Femaco, federação que representa todos os sindicatos da categoria, apresente a lista dos municípios que já fecharam o acordo. Assim, o sindicato patronal (Selur) terá mais 24 horas para se manifestar. Após as partes se manifestarem os autos serão encaminhados ao Ministério Público do Trabalho e posteriormente ao Tribunal para que seja definido um relator para o caso, e finalmente seja julgado o processo.

 

Trabalhadores sob ameaças

 

Enquanto a greve continua em diversos municípios como Taboão da Serra, Barueri, Araçatuba, Barretos, Arujá e Araraquara, a situação tem se complicado para os grevistas. Em Taboão da Serra por exemplo, os profissionais têm sofrido ameaças dos moradores de regiões periféricas. “Estamos preocupados com a integridade física do nosso pessoal que estão submetidos a trabalhar sob escolta policial. Muitos têm recebido graves ameaças, isso sem contar que tivemos um caminhão coletor sequestrado. Apenas reivindicamos por um salário digno, enquanto o sindicato patronal e algumas autoridades municipais mostram-se desinteressados na solução desse caos. Estamos falando de saúde pública e isso não pode ser mais postergado pela falta de sensibilidade e intransigência dos patrões. Como todos sabem, há uma liminar que determina que 70% do serviço seja realizado, e de contrapartida há revolta por parte de alguns moradores. Não temos culpa, estamos cumprindo uma decisão judicial, e, repito, lutando por melhores condições de vida”, desabafou o presidente do Siemaco Taboão, Donizete França.


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