06/04/2015
A histórica trajetória de lutas pela igualdade de oportunidades, pelo fim da discriminação e das diversas formas de violência contra a mulher. Seu empoderamento e as limitações da Lei Maria da Penha. Os desafios propostos para a ampliação e fortalecimento das discussões em torno das questões relativas a gênero e a diversidade humana.
Estas foram algumas das abordagens do ciclo de palestras promovido pela União Geral dos Trabalhadores do Rio (UGT-RJ) na tarde desta quarta-feira, 1º de abril, pela celebração do Dia Internacional da Mulher (8 de março) e pelo Dia Internacional de Combate à Discriminação Racial (21 de março).
Realizado no Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim), no Centro do Rio, o encontro de ugetistas foi organizado pela Secretaria da Mulher com a participação da Secretaria da Diversidade Humana que, na ocasião, lançou a cartilha “Cláusulas raciais nos acordos coletivos e convenções de trabalho”, tema da palestra apresentada pelo procurador do Trabalho, Wilson Prudente, que fez um breve relato sobre o surgimento do movimento trabalhista, a importância das cláusulas raciais nas relações de trabalho e o necessário engajamento da UGT na ratificação da Convenção Interamericana de Direitos Humanos da OEA.
“Uma oportunidade para aprimorar nosso entendimento sobre questões de grande importância para nós, mulheres trabalhadores”. Assim, a secretária da Mulher da UGT-RJ, Fátima Maria Conceição dos Santos, definiu o encontro onde dezenas de mulheres, com as flores recebidas na entrada, coloriam o auditório igualmente lotado de homens.
Tradicionalmente iniciado com o Hino Nacional, o evento contou, na mesa de abertura, com a presença de lideranças ugetistas como o secretário de Trabalho, Manoel Meireles Martins, representando o presidente da UGT-RJ, Nilson Duarte Costa; as secretárias da Mulher e da Diversidade Humana, Fátima Maria da Conceição e Ana Cristina dos Santos Duarte, respectivamente; a presidente do Cedim, Marisa Chaves; o presidente da UGT-DF, Isaú Chacon; e o diretor da UGT-RJ, Adolfo Lima.
Presidente da UGT-DF e da Federação dos Securitários, Isaú Chacon, no ato representando o presidente nacional da UGT, Ricardo Patah, ressaltou o grande potencial feminino. “As mulheres são mais inteligentes, mas precisam saber fazer uso disso. Acreditem em vocês, no trabalho que vocês fazem e no que vocês são”.
PARCERIA CEDIM VERSUS UGT-RJ
A anfitriã Marisa Chaves, presidente do Cedim, saudou os presentes, em especial a secretária de Organização Sindical da UGT-RJ, Clátia Regina Vieira, por sua reconhecida militância nas questões de gênero e pela grande contribuição prestada à entidade.
“Aqui é um espaço efervescente de debates sobre o empoderamento da mulher, sobre as conquistas de direitos constitucionais”, afirmou a anfitriã, comentando, ainda, os crescentes casos de violência contra a mulher, apesar da Lei Maria da Penha: “As mulheres precisam sair da invisibilidade, rompendo com o ciclo de violências”, concluiu, transmitindo uma mensagem aos sindicalistas para que debatam gênero e diversidade: “Sou e sempre serei parceira da UGT, como militante que sou”.
A MULHER E AS RELAÇÕES DE TRABALHO
As palestras foram antecedidas por uma dinâmica motivacional que, realizada pela psicóloga Patricia Thereza Arantes e pela pedagoga Valdete Santos, envolveu toda a plateia com a representação, através de uma folha de papel, da vida das mulheres, com suas marcas, vivências, experiências e transformações.
Com o tema “A visão da mulher sob a ótica da CLT e Guarda Compartilhada”, a advogada Bianca Noboa traçou um panorama da mulher no mercado de trabalho, sob o aspecto jurídico, destacando as diferenças salariais, o conceito de trabalhador, a proteção à mulher e a grande e emblemática questão da guarda compartilhada.
Tema de palestra apresentada no III Congresso Ordinário da UGT-RJ, em janeiro, o assédio moral foi novamente colocado em pauta com a secretária de Organização Sindical, Clátia Regina Vieira. Ao apresentar as diferentes formas como se apresenta o assédio nas empresas, com frases usualmente utilizadas pelos agressores, a palestrante propôs à direção da UGT o desafio da continuidade da discussão do tema.
“Proponho o desafio de criarmos uma campanha contra o assédio moral. Precisamos avançar, discutir mais. Propor leis que beneficiem o setor privado, a exemplo da legislação existente para os servidores públicos”, concluiu.
Outro momento de descontração foi a apresentação do livro “Princesa não desce do salto” pela escritora Keila Rodrigues, que fez com que algumas mulheres desfilassem ao mesmo tempo em que relatava o perfil de cada uma em função do tipo de sapato que costuma usar.
O ENCERRAMENTO
Assumindo o compromisso de continuar apoiando as bandeiras femininas, o presidente da UGT-RJ, Nilson Duarte Costa, encerrou o ciclo de debates parabenizando a organização e a presença de todos.
“A UGT não tolera nenhuma forma de discriminação”, afirmou ele, citando situações de assédio e trabalho escravo enfrentadas no cotidiano do setor da Construção Pesada, onde também exerce liderança na representação de trabalhadores.
O evento foi encerrado com bolo e música com o grupo “Marias do Zé” que apresentaram uma programação musical animada e conhecida dos participantes.
Por Luiza Felix (Comunicação UGT-RJ)
UGT - União Geral dos Trabalhadores