20/03/2015
Os desembolsos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) somaram R$ 187,8 bilhões em 2014, com queda de 1% em relação a 2013. Ainda que modesta, essa é a primeira redução desde 2011, primeiro ano do governo Dilma.
Neste ano, o orçamento do banco será ainda menor, com as dificuldades do governo no campo fiscal, que devem limitar ou mesmo eliminar o uso de recursos do Tesouro. O instrumento possibilitou a expansão dos empréstimos do BNDES especialmente a partir de 2011.
O superintendente de Planejamento do BNDES, Claudio Leal, afirma que o banco já viveu uma restrição em 2014 e se adapta para trabalhar com ainda menos recursos neste ano. No ano passado, as captações com o Tesouro foram de R$ 60 bilhões.
"Antecipamos o ajuste para conviver com a realidade das reduções ou eventual extinção dos aportes do Tesouro. Essa é a sinalização vinda do novo ministro [da Fazenda, Joaquim Levy]", diz Leal.
O superintendente diz que a diminuição dos empréstimos do BNDES "é preocupante" porque pode pesar no volume de investimentos na economia e, consequentemente, no PIB do país.
"O instrumento de Estado para financiamento ao investimento de longo prazo historicamente tem sido o BNDES. A conjuntura nos exige preocupação com a natureza desses investimentos."
Segundo Leal, um volume menor de fundos fará o banco fomentar alternativas de mercado para financiar projetos de longo prazo e buscar projetos mais "qualificados".
A previsão é que neste ano o valor que o BNDES investe em projetos seja de, no máximo, de R$ 150 bilhões, com prioridade para infraestrutura. O setor já foi que mais recebeu dinheiro em 2014: R$ 68,9 bilhões, com alta de 11%.
Já a indústria, que sofreu retração de investimentos e produção, teve queda de 14% e crédito recebido (R$ 50 bilhões) em relação a 2013.
Na divisão por porte, as micro, pequenas e médias empresas tiveram 32% dos desembolsos do banco. O número de operações com esses negócios, prioritários em 2015, foi recorde: 1,1 milhão.
Fonte: Folha de S.Paulo
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