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Com alta dos preços no mercado, consumidor troca carne bovina por frango e suínos


20/03/2015

Os altos preços da carne bovina em 2014 levaram o consumidor a substituir a proteína por frango e suínos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O País abateu 33,907 milhões de cabeças de gado em 2014, 1,5% abaixo do recorde histórico alcançado em 2013, de acordo com as Pesquisas Trimestrais do Abate de Animais, do Leite, do Couro e da Produção de Ovos de Galinha. A produção foi de 8,063 milhões de toneladas de carcaças bovinas em 2014, queda de 1,3% em relação ao ano anterior.

 

No ano passado, o governo chegou a sugerir que o brasileiro trocasse o consumo de carne por ovo para se proteger da inflação, mas segundo o IBGE a substituição ocorreu pelo frango e suínos. "Essa perda tem ligação com a alta do preço ao consumidor, que substituiu a carne bovina pela carne suína e a de frango. A estiagem também prejudicou a área de produção, a qualidade das pastagens, o que pode atrasar ou fazer o criador não ter o produto com peso adequado para mandar para o abate", explicou Octávio de Oliveira, pesquisador da Coordenação de Agropecuária do IBGE.

 

As carnes ficaram 22,21% mais caras ao consumidor em 2014, o que levou o item a exercer o maior impacto sobre a inflação oficial no ano, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), também do IBGE. Diante no custo mais alto, as famílias aumentaram a demanda por carne suína e frango, impulsionando o abate desses animais para patamares recordes na série histórica iniciada em 1997.

 

Os produtores contabilizaram 37,118 milhões de suínos abatidos no ano passado, alta de 2,3% em relação 2013. Já o abate de frangos chegou a 5,496 bilhões de unidades, um avanço de 1,9% no período. "O frango é a principal carne substituta da carne bovina", apontou Oliveira. "Embora a exportação de frangos tenha aumentado no ano passado, o resultado foi mais impulsionado pela elevação no consumo interno", acrescentou.

 

Em relação aos suínos, o avanço no consumo tem se mantido ano a ano, em função de um incentivo da indústria frigorífica, que introduziu cortes nobres no cardápio ofertado às famílias. "Hoje você tem cortes nobres como filé suíno, paleta suína, picanha suína. Isso acontece principalmente nas regiões metropolitanas, onde hoje há um consumo que não existia há 20 anos. Antes o suíno era mais consumido em embutidos ou cortes para festas de fim de ano", lembrou o pesquisador do IBGE.

 

Fonte: Estadão


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