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ONU e governo brasileiro iniciam planejamento da Década Internacional de Afrodescendentes


09/03/2015

O Sistema das Nações Unidas no Brasil promoveu nos dias 2 e 3 de março a Oficina de Planejamento Interagencial “Planejando a Década de Afrodescendentes 2015-2024”. O principal objetivo da Década Internacional de Afrodescendentes é promover o reconhecimento, a justiça e o desenvolvimento da população afrodescendente no mundo. A iniciativa foi proclamada pela resolução 68/237 da Assembleia Geral da ONU.

 

A abertura da oficina contou a participação do representante do PNUD e coordenador residente das Nações Unidas no Brasil, Jorge Chediek, e do secretário executivo da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR), Giovanni Harvey, que representou a ministra Nilma Lino Gomes.

 

Chediek ressaltou a importância do Brasil no cenário mundial como segundo maior país do mundo em população negra, atrás apenas da Nigéria. Além disso, pontuou que o “Brasil tornou-se uma das maiores economias do mundo, com forte crescimento econômico, queda do analfabetismo, população predominantemente urbana e diminuição das desigualdades”.

 

O representante do PNUD salientou ainda que o IDH brasileiro melhorou 50% entre 1991 e 2013. “Este é outro país”, afirmou Chediek. Proporcionalmente, “o maior índice desse progresso afetou positivamente a população negra”. No entanto, ele reforçou que persistem desigualdades raciais, étnicas e de gênero: “Mulheres negras recebem, em média, 50% da remuneração das mulheres brancas. Elas correspondem por quase 70% das famílias com renda de até 1 salário mínimo”.

 

Chediek ressaltou também que “a ONU não aceita nem tolera racismo” e apresentou três objetivos da organização para cooperar com o planejando da Década de Afrodescendentes: “Reforçar a adoção de medidas de repercussão nacional, regional e internacional para que os e as afrodescendentes desfrutem em plenitude dos seus direitos econômicos, sociais, culturais e políticos; promover um maior conhecimento a respeito da diversidade da raça e das culturas afrodescendentes; aprovar e fortalecer marcos jurídicos nacionais, regionais e internacionais para a eliminação de todas as formas de discriminação racial”.

 

Harvey, em seu discurso de abertura, destacou os aspectos conjunturais do ministério e explicou que o planejamento estratégico adotado pela SEPPIR é de longo prazo, até 2030, e por isso o planejamento do órgão considera que “a política de prioridade racial não pode ficar refém de partidos políticos e de forças políticas que estejam circunstancialmente no poder”.

 




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