05/03/2015
Desejo da indústria e de exportadores brasileiros, a alta do dólar se tornou realidade - com valorização de 25% em um ano e 10% só em 2015 -, mas ainda tem um efeito limitado para alavancar esses setores.
Segundo especialistas e líderes empresariais ouvidos pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, além de apenas corrigir as distorções acumuladas pelo controle cambial feito pelo governo, a valorização vem seguida de volatilidade, incertezas e ainda carece de medidas complementares para trazer benefícios concretos.
"A desvalorização deveria vir acompanhada de outros instrumentos para que exportações brasileiras voltassem a ser mais dinâmicas", diz o diretor de pesquisa econômica da GO Associados, Fabio Silveira. "Como essas outras ações só devem se materializar no médio e longo prazos, a alta do dólar melhora apenas a competitividade e está longe de trazer o equilíbrio para um crescimento."
O estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, considera que a desvalorização rápida do real é "danosa para a indústria" no curto prazo, justamente por gerar incertezas e ainda inflação, em um cenário já turbulento para a economia. "No curto prazo não dá para saber qual nível o câmbio se estabilizará e ainda não se sabe como o governo agirá."
Na opinião do presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, o dólar em torno de R$ 2,90 pelo menos evita a entrada de manufaturas estrangeiras no País e melhora o desempenho local. Mas, com a crise do mercado interno, a exportação se tornou fundamental para a receita do setor.
Fonte:Estadão
UGT - União Geral dos Trabalhadores