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Chegam ao STF 28 pedidos para investigar 54 pessoas envolvidas na Lava Jato


04/03/2015

A Procuradoria-Geral da República enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) 28 pedidos para investigar 54 pessoas envolvidas na Operação Lava Jato. Entre elas, os presidentes da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

 

Também foram enviados à corte na noite desta terça (3) sete pedidos de arquivamento sobre políticos citados. São casos em que, conforme os procuradores, não há indícios fortes para inquérito.

 

Entre os 54 investigados estão políticos e pessoas sem o chamado foro privilegiado. Todos responderão a inquéritos. Nenhuma denúncia direta foi feita pelo procurador-geral, Rodrigo Janot.

 

Uma força-tarefa de 11 procuradores chefiada por Janot trabalha desde janeiro nas delações premiadas da Lava Jato que envolvem políticos

 

Dias atrás, Renan Calheiros foi avisado de que seu nome estaria na lista, conforme a Folha apurou.

 

Além dele e de Cunha, também serão investigados os senadores Fernando Collor (PTB-AL) e Edison Lobão (PMDB-MA), a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o deputado federal Nelson Meurer (PP-PR).

 

No meio político, também é esperado que o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) e presidente do PP, o senador Ciro Nogueira (PI), tenham seus nomes na lista. Todos negam envolvimento no caso.

 

Nos pedidos de inquérito, Janot solicitou ao ministro relator dos processos, Teori Zavascki, que tire o sigilo das peças. A expectativa é que o magistrado acate o pleito.

 

Quando isso ocorrer, será possível confirmar os nomes de todos os investigados e os crimes pelos quais são suspeitos pelo site do STF.

 

Maior escândalo de corrupção desde o mensalão, o Petrolão tem agitado o meio político desde 2014 com as delações do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef.

 

Em troca de redução de penas, eles revelaram as engrenagens de um suposto cartel de empreiteiras para desviar recursos da Petrobras.

 

DIA D

 

Principais personagens da Lava Jato no meio jurídico, Janot e Zavascki cumpriram compromissos formais nesta terça. Janot foi cedo à sede da Procuradoria e participou de sessão do Conselho Superior do Ministério Público.

 

Ao fim do evento, foi questionado sobre os processos e limitou-se a dizer que as equipes de reportagem deveriam se preocupar, devido ao horário, com o almoço.

 

Zavascki, por sua vez, passou a tarde na sessão da Segunda Turma do STF.

 

Ele se irritou com a ida de jornalistas em seu gabinete e no corredor que levava à sala do colegiado. Por isso, pediu para que integrantes de seu gabinete reclamassem com a diretoria do Supremo.

 

O ministro Marco Aurélio Mello foi o único a se manifestar sobre o caso. Ele defendeu o fim do sigilo dos processos. 

 

Fonte: Folha de S.Paulo


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