24/02/2015
O Índice de Custo de Vida por Classe Social (CVCS), medido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), ficou em 1,21% em janeiro, contra 0,74% registrados em dezembro. No acumulado do ano, houve aumento de 6,73%.
O segmento de transportes pressionou o aumento do custo de vida com alta de 1,65%, o que representou 29,33% da variação total, sendo atribuído às passagens de ônibus, trens e metrô de São Paulo que passaram de R$ 3 para R$ 3,50. Também tiveram altas significativas os grupos da alimentação e bebidas (1,26%), o que exerceu influência relevante no crescimento do custo de vida devido à crise hídrica na capital.
O setor de habitação também influenciou o índice, com a maior alta para o mês, chegando a 3,49% contra 0,55% no ano passado, puxada pelo item energia elétrica, que sofreu reajuste nas tarifas e um acréscimo de R$ 3 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos em janeiro devido ao aumento da bandeira tarifária.
Dos nove grupos que compõem o índice, vestuário e artigos do lar encerraram o mês com variação negativa: 1,83% e 1,21%. Os outros grupos fecharam o mês positivamente e contribuíram para aceleração dos preços.
As classes de renda que mais sentiram o aumento do custo de vida foram a D (1,71%) e a E (1,75%), em virtude da elevação nos últimos 12 meses dos grupos habitação (7,3%) e alimentação e bebidas (7,26%), que representam 50% do orçamento das famílias. Já as classes A, B e C foram as menos prejudicadas.
A pesquisa da FecomercioSP analisa separadamente a alta de preços de produtos por meio do Índice de Preços do Varejo (IPV) e de serviços por meio do Índice de Preços de Serviços (IPS). Os preços dos produtos subiram 0,48%, puxados pelo grupo alimentação e bebidas, com elevação de 1,43%. O destaque ficou por conta dos produtos in natura: batata-inglesa (40,01%), feijão-carioca (18,49%), tomate (16,12%), sardinha (12,35%) e repolho (10,94%).
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, a escassez de água gera aumento do custo de irrigação das lavouras e reduz o volume de produtos à venda. A alta desses alimentos também é reflexo da inflação dos preços de combustíveis, que deixa o frete mais caro.
Já o índice que avalia os preços dos serviços subiu 1,98%, com destaque para habitação (4,24%), transportes (2,86%) e alimentação e bebidas (1,01%).
“Para os próximos meses, ainda deve haver significativa influência altista devido ao reajuste de energia para o grupo habitação, além de educação, que costuma ser computada em fevereiro. É importante lembrar que outro custo que deve pressionar de forma decisiva o setor produtivo e encarecer o preço final dos produtos é a água, visto que, muito embora não haja um racionamento oficial, muitas regiões de São Paulo já enfrentam interrupção no abastecimento”, avaliaram os economistas da FecomércioSP.
Fonte: Agência Brasil
UGT - União Geral dos Trabalhadores