19/02/2015
Com as vendas de aço e de minério de ferro enfraquecidas, a Usiminas reportou na última quarta-feira (18) prejuízo líquido de R$ 117 milhões no quarto trimestre de 2014. A siderúrgica mineira, maior fabricante de aços planos do país, já havia fechado o trimestre anterior no vermelho, com prejuízo de R$ 24 milhões. Na comparação do quarto com o terceiro trimestre, a comercialização de aço caiu 11% e o volume de vendas de minério de ferro foram 6% menores, de acordo com o balanço.
Na siderurgia, a Usiminas operou em 2014 com 37% de ociosidade. Com capacidade para fabricar 9,5 milhões de toneladas de aço por ano na soma das usinas de Ipatinga e Cubatão (SP) os altos-fornos da companhia produziram 6,055 milhões de toneladas, 12% a menos do que em 2013. Na mineração, onde a empresa tem capacidade instalada para 12 milhões de toneladas de minério de ferro ao ano, a ociosidade foi de 50%, com produção de 6 milhões de toneladas. Em relação ao ano anterior, a produção foi 7% inferior.
A desvalorização do real frente ao dólar impactou o endividamento da empresa, que tem 36% da dívida em moeda estrangeira. A dívida líquida da Usiminas ao final de 2014 era de R$ 3,849 bilhões, 2% de alta em relação do terceiro trimestre e 12% na comparação com quarto trimestre de 2013.
O demonstrativo financeiro estava previsto para ser publicado na última sexta-feira (13), mas divergências entre os dois principais acionistas da companhia – o grupo argentino Ternium/Techint e a japonesa Nippon Steel- culminou na aprovação das contas, mesmo com avais de auditoria externa e o Conselho Fiscal da empresa. Um acordo viabilizou a publicação na última quarta-feira (18). O balanço revela também um lucro líquido de R$ 208 milhões no ano de 2014 contra R$ 17 milhões de 2013.
A Usiminas creditou o resultado financeiro ruim ao ambiente econômico desfavorável tanto no país como no exterior. “Os setores industriais intensivos no consumo de aço tiveram quedas expressivas em 2014. A produção de bens de capital recuou 9,6% e a de bens duráveis, 9,2%”, diz o balanço. No cenário internacional, a crise na Argentina, grande parceiro econômico do país, Foi citada como destaque negativo.
Trabalhadores
Em Assembleia Geral agendada para abril, a Usiminas terá que decidir sobre a representatividade dos trabalhadores no Conselho de Administração. Ele reivindicam eleger seu representante de forma direta. Atualmente a cadeira no Conselho é ocupada mediante indicação da direção.
Fonte:Hoje em Dia
UGT - União Geral dos Trabalhadores