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Fabricantes de eletrônicos temem racionamento de energia elétrica


19/02/2015

 A maior parte das empresas do setor eletrônico não tem alternativa para manter a produção caso haja restrição de energia neste ano, segundo levantamento feito pela Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica).

De acordo com a pesquisa feita neste mês pela entidade com fabricantes situados na região Sudeste, 70% dos entrevistados avaliam que não estão preparados para a falta de luz, se ela ocorrer.

Os 30% restantes disseram ter providenciado a compra de geradores a diesel e à gasolina como alternativa.

"Um possível racionamento já está na pauta. As empresas estão começando a comprar geradores para suprir ao menos as áreas vitais, que não podem ser paralisadas", diz Humberto Barbato, presidente da entidade.

"É algo que, até o ano passado, não estava tão no radar. Ninguém esperava que nesse verão a coisa continuasse tão feia", afirmou.

A ocorrência de chuvas abaixo da média histórica nos últimos meses fez os reservatórios de água baixarem em diversas regiões do país, especialmente no Sudeste.

Caso não haja recuperação até abril, quando termina o período chuvoso, a chance de racionamento aumentará.

Barbato afirma que nem todo fabricante pode atender seu consumo com geradores.

"Depende do tamanho da empresa, do tipo de equipamentos que ela dispõe. Se houver necessidade racionamento, é possível que, em determinados horários, tenha de reduzir o consumo. Os equipamentos imprescindíveis se atende através de geração própria. Mas boa parte da empresa fica paralisada."

A restrição ao acesso de energia seria mais uma má notícia para o setor em um ano que já começa pouco auspicioso. De acordo com Barbato, espera-se estagnação em 2015.

"O racionamento pode gerar uma diminuição no ritmo de atividade, e arrisca-se ter queda de receita", diz.

 ÁGUA

No caso da crise hídrica, as empresas estão mais bem preparadas: 54% disseram ter plano de contingência caso haja racionamento.

Entre as soluções citadas estão a contratação de caminhões-pipa, o acesso a poços artesianos e o aumento do reúso da água nas fábricas.

As medidas vêm garantindo que somente uma fatia pequena do setor tenha sido afetada até o momento pela crise hídrica. Enquanto 60% dos entrevistados afirmaram que a região onde estão instalados está sofrendo com a falta de água, apenas 14% disseram que o problema tem impacto sobre seus negócios.

Neste caso, a queda na produção foi de 30% em média, de acordo com a entidade.

Segundo a Abinee, empresários alertaram que as ações adotadas garantem o ritmo de produção por pouco tempo e elevam custos.

Participaram do levantamento 75 empresas de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.

Fonte:Folha de S.Paulo


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