11/02/2015
Temos de equalizar a manutenção dos empregos com a abertura de novos postos de trabalho, destaca Clair Spanhol
Desde 1998, o mercado de trabalho brasileiro não tinha visto um ano tão negativo quanto 2014. Ao todo, foram criadas apenas 396 mil novos postos de trabalho no país entre janeiro e dezembro do ano passado. Em 2010, foram 2,6 milhões de novas vagas.
Mesmo assim, dados apresentados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) apontam queda na ‘taxa de desocupação’ em 2014, comparando os números com os de 2013. No ano passado a desocupação atingiu uma média de 6,8%, e em 2013 foi de 7,1%, pelos números do instituto.
Segundo outra pesquisa, divulgada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, a cidade de São José dos Pinhais, no Paraná, é a sétima cidade, no ranking nacional, de perda de empregos em 2014. Foram 4,6 mil postos de trabalho a menos, em diversos setores da economia (veja o quadro abaixo). Só no setor industrial de transformação foram fechados 2.635 postos de trabalho São José dos Pinhais é a segunda cidade mais populosa da Região Metropolitana de Curitiba, e um dos principais polos automotivos do Brasil.
No ranking nacional do MTE, além de São José dos Pinhais, aparecem ainda as cidades de Ipojuca (PE), menos 22,3 mil empregos; Três Lagoas (MS), menos 7,5 mil; São Bernardo do Campo (SP), menos 7,2 mil empregos; Manaus (AM), menos 6,4 mil; Contagem (MG), menos 6 mil empregos; Porto Velho (RO), menos 5 mil; Diadema (SP), menos 4,5 mil empregos; Cabo de Santo Agostinho (PE), menos 4,4 mil; Campinas (SP), menos 4,4 mil empregos.
Para o vice-presidente da UGT e presidente da Fetracoop-PR (Federação dos Trabalhadores Celetistas em Cooperativas do Estado do Paraná, filiada à UGT), Clair Spanhol, as centrais e os sindicatos têm de fazer uma leitura aprofundada das pesquisas, tanto a do IBGE, quanto a do MTE. “Uma coisa é a redução da ‘taxa de desocupação’ e a outra é a abertura de novos postos de emprego. Temos de garantir a manutenção do emprego e por outro lado, os setores produtivos têm de ofertar novas vagas, pois a cada ano são milhares de brasileiros que ingressam no mercado de trabalho. Por isso temos de ter políticas públicas eficientes para esses novos trabalhadores, entre elas aprimorar o Projovem, não apenas qualificando, mas dando condições para que o mercado absorva essa mão de obra”, destacou Spanhol.
Para o sindicalista, existem realidades distintas no Paraná. Na região Oeste paranaense há falta de trabalhadores para alguns setores específicos , como o da transformação. Outra questão apontada por Spanhol é quanto à qualidade das vagas de trabalho oferecidas: “a maior parte das vagas são para trabalhos que requerem pouca qualificação, mas que exigem grande esforço físico e, geralmente em condições degradantes, acarretando nos trabalhadores diversas doenças ocupacionais, muitas vezes permanentes”.
Fonte: UGT Paraná
UGT - União Geral dos Trabalhadores